Trabalhadores da área de transporte no Paraná participaram da paralisação nacional contra as reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo governo federal. Os protestos aconteceram na quarta-feira (15), em diversas cidades do estado, como Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Paranaguá, Dois Vizinhos e Curitiba.

Além da paralisação dos trabalhadores, as manifestações contra as medidas do governo também contaram com passeatas, distribuição de panfletos, apitos para chamar a atenção, além de uma audiência pública, na qual foram discutidos os principais pontos de mudança que a Reforma da Previdência trará.

Para o presidente da Fetropar, João Batista da Silva, a mobilização ganhou força pelo estado e mostrou que os trabalhadores não aceitarão calados todas as maldades do governo. “O transporte de várias cidades parou, mostramos nossa importância para a sociedade e deixamos claro que estamos na luta contra as reformas trabalhista e previdenciária”, afirmou.

Sindicatos em ação

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina (Sinttrol), aderiu à paralisação nacional. Os rodoviários não trabalharam no dia 15, iniciando a manifestação de madrugada nos terminais e nas garagens de ônibus da cidade.

O Sinttrol também se fez presente na Marcha contra o fim da aposentadoria e dos direitos trabalhistas, que iniciou sua concentração na Concha Acústica de Londrina às 9h, seguindo pelo calçadão da cidade e indo até a Avenida Higienópolis. Durante a passeata, o comércio de rua baixou as portas, apoiando o protesto.

De acordo com o diretor do sindicato, Rogério Pereira, os manifestantes utilizaram roupas pretas, para expressar o luto pela morte da aposentadoria no país. “Diversos panfletos foram distribuídos durante a caminhada, informando sobre os prejuízos causados pelas reformas”, comentou.

Em Londrina, a campanha da Liga da Previdência, criada para levar informação sobre os retrocessos previdenciários que virão, caso as reformas sejam aprovadas, esteve presente durante a passeata. Muitas placas da campanha foram carregadas pelos manifestantes.

O Sindicato dos Empregados em Escritório e Manutenção nas Empresas de Transportes de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindeesmat), aderiu à paralisação na capital paranaense e considera necessária toda forma de protesto que busque proteger os direitos dos trabalhadores.

Para o presidente do Sindeesmat, Agisberto Rodrigues Ferreira Junior, as manifestações são fundamentais no atual contexto político e econômico. “Essa é uma forma dos trabalhadores das mais variadas categorias demonstrarem que estão insatisfeitos com as medidas propostas pelo governo. Por isso, esse é o momento da união entre todos, para impedir que a Reforma da Previdência seja aprovada na forma como foi proposta”, considerou.

O Sindicato dos Motoristas e Cobradores nas Empresas de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), mobilizou seus trabalhadores durante a paralisação, deixando a capital paranaense sem ônibus durante todo o dia.

O Sindicato dos Motoristas Condutores de Veículos Rodoviários e Trabalhadores em Empresas de Transportes de Cargas, Passageiros Urbanos, Motoristas, Cobradores de Linhas Intermunicipal, Interestadual e de Turismo e Anexos de Maringá (Sinttromar), o Sindicato dos Motoristas, Condutores de Veículos Rodoviários Urbanos e em Geral, Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Dois Vizinhos (Sintrodov) e o Sindicato dos Empregados de Empresas de Transportes de Passageiros Intermunicipal, Interestadual e de Turismo de Cascavel (Sinetrapitel) também aderiram à paralisação.

O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Passageiros Urbanos Intermunicipais, Interestaduais e Fretamento de Ponta Grossa (Sintropas-PG) apoiou a causa, parando todos os ônibus da cidade durante uma hora.

O Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários e Anexos de Paranaguá (Sindicap) também aderiu à paralisação. Durante o protesto, os trabalhadores fecharam a BR-277, que possui o maior fluxo de caminhões para o Porto de Paranaguá, durante uma hora. De acordo com o presidente do Sindicap, Josiel Veiga, a paralisação foi pacífica. “Não houve confronto e tivemos apoio da polícia o tempo todo. Conseguimos nos unir e mostrar que lutaremos até o fim contra essas reformas”, afirmou.

Audiência pública

Durante a paralisação, ocorreu uma audiência pública sobre a Reforma da Previdência, no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná. O evento começou às 10h e terminou após o meio-dia.

De acordo com o coordenador de negociações coletivas e jurídico da Fetropar, José Aparecido Faleiros, o evento reforçou a indignação dos trabalhadores com relação às reformas. “O local ficou lotado com representantes de diversos sindicatos, que estão extremamente preocupados com as drásticas medidas propostas pelo governo federal”, relatou.

Fonte: Fetropar