O momento é de incertezas no cenário econômico e político do país. Essa situação afeta diretamente os trabalhadores. E quando se fala no trabalhador, se fala, também, em fortalecimento do movimento sindical.

Pensando nisso, o primeiro dia do Seminário de Replanejamento Estratégico da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar), que aconteceu em 24 de maio, trouxe para discussão as etapas que precisam ser feitas para reforçar a luta dos dirigentes sindicais com a classe trabalhadora.

Um dos palestrantes do dia, economista e supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) de Santa Catarina, José Álvaro Cardoso, destacou que o país passa por uma crise política que afeta diretamente a democracia e os direitos dos trabalhadores.

“Estamos atravessando uma crise política com poucos precedentes na história do Brasil. O programa do novo governo neoliberal tem um conjunto de ataque aos trabalhadores e ações que visam reduzir o custo do trabalho no país”, salientou o economista.

Para José Álvaro, as propostas do cenário político atual tentam transferir a responsabilidade da crise para os trabalhadores. Na opinião do especialista, essa é, também, uma forma de ferir a soberania nacional.

Futuro da Fetropar perpassa por diálogo com dirigentes sindicais

Nesse momento, a Fetropar e os sindicatos filiados precisam estar preparados para vivenciar possíveis etapas de dificuldades para a classe trabalhadora. O Replanejamento acontece para atender essas necessidades.

“O que a Fetropar faz é aprimorar, adequar e dar ferramentas aos seus filiados para que os trabalhadores não tenham prejuízos”, opinou um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores, Motoristas em Geral, Ajudantes de caminhões, Conferentes, Escritórios e Administração, nas Empresas de Transportes Rodoviários de Cargas Líquidas, Gasosas, Combustíveis, Secas, Fracionada, a Granel e em Geral, no Estado do Paraná (Sintracarp) Lourival Vieira.

Pensar no futuro da Federação e de que forma ela vai caminhar nos próximos anos, apesar da situação atual do país, requer um planejamento. Foi o que salientou o presidente do Sindicato dos Motoristas, Condutores de Veículos Rodoviários Urbanos e em Geral, Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Dois Vizinhos (Sintrodov), Alcir Ganassini.

A categoria de transportes, de acordo com Alcir, precisa ter instituições fortes. Por isso, a importância do Replanejamento para a Federação e os sindicatos. O encontro foi realizado, também, com o objetivo de analisar o que já foi planejado pela primeira vez, em 2003, e as novas conquistas que a Fetropar precisa alcançar.

“Vamos reelaborar o que foi feito anos atrás e fazer com que a Federação possa atender aos anseios das entidades sindicais. Mas é importante que as próprias entidades possam ter o planejamento delas”, ressaltou Alcir.

Com o Seminário de Replanejamento, os dirigentes sindicais podem obter recursos e informações para dialogar diretamente com os trabalhadores.

“A gente sabe que muitas entidades que tiveram a renovação de diretoria e precisam se qualificar mais para poder atender aos anseios de seus representados”, afirmou.

Quem já está há bastante tempo no movimento sindical precisa de atualizações, conforme destacou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Toledo (Sinttrotol), Luiz Adão Turmina.

“Precisamos desse avanço até para estarmos enfrentando essa política que vem aí. Estamos passando por um processo bastante crítico e difícil em todos os setores. E o setor do transporte é um que está sendo muito afetado”, avaliou Turmina.

Fonte: Fetropar