Viagens que demoram e que parecem não acabar. Superlotação nos veículos – seja ônibus, trem ou metrô. Tarifas com valores altíssimos. Problemas que atrasam as viagens. Longas esperas pelo transporte, sob sol ou chuva.

Essa é a realidade de milhares de brasileiros que dependem do transporte público. Seja para trabalhar, estudar ou até mesmo para momentos de lazer, o cidadão realmente precisa de ônibus, trens e metrôs para realizar suas atividades.

Os problemas em torno do transporte público são reais e estão presentes no cotidiano das pessoas de norte a sul do Brasil. Mas como solucionar todas essas questões?

Exemplo

O presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar), João Batista da Silva, acredita que o exemplo de outros países pode ajudar a melhorar a situação no Brasil. “A qualidade do transporte público em países da Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, é impressionante: oferece ao usuário um transporte adequado e eficiente”, afirma.

Os modelos adotados por esses países são tão efetivos que mesmo pessoas milionárias fazem uso do transporte público. Marca disso é o ditado que que diz que país rico não é aquele em que o pobre anda de carro, mas sim aquele em que o rico anda de transporte público.

O Brasil tem alguns obstáculos culturais e estruturais que fazem com que os ricos escolham não utilizar o transporte público. Além da violência e da falta de infraestrutura adequada do transporte coletivo, a visão de que esse transporte é exclusividade de pessoas com baixa renda ainda é bastante forte entre os brasileiros.

Problemas

A falta de investimento no transporte coletivo é realidade de muitas cidades brasileiras. Isso não incentiva os usuários a utilizar o transporte e também faz com que eles adotem cada vez mais o uso de automóveis particulares.

As políticas adotadas pelo poder público permitem que essa situação se mantenha. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – tributo que incide especialmente sobre o segmento automotivo –, foi uma política adotada para incentivar a compra de veículos.

Com uma cultura de que o carro próprio é questão de status fortemente inserida – mesmo que o cidadão tenha que se endividar para pagar o veículo –, as altas taxas de juros, financiamentos que demoram para terminar e mensalidades pesadas fazem com que as dívidas se tornem grandes e tenham forte impacto na economia familiar.

A certeza de que o transporte público precisa melhorar é absoluta. Impactando todos os seus usuários – sejam ricos ou pobres –, a qualidade do transporte precisa ser melhorada para que, então, a qualidade de vida de trabalhadores e trabalhadoras possa também melhorar.

Fonte: Fetropar