O número de acidentes nas rodovias brasileiras é assustador. Muitos motoristas de caminhões fazem parte dos altos índices por estarem diariamente sujeitos à realidade das estradas. Entre inúmeras razões, como falhas mecânicas ou condições das rodovias, a falha humana é apontada como maior causadora de acidentes. Motoristas, policiais rodoviários e transportadores indicam que consumo de drogas, cansaço e falta de experiência profissional são pontos que levam a esse tipo de falha.

A falha humana é a justificativa que surge para acidentes que não teriam razões lógicas para acontecer. Infelizmente, ela é a razão de muitas situações que se passam ao longo das rodovias brasileiras.

Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em 2013 aconteceram 186.716 acidentes e, em 2014, o número cresceu para 169.163. A instituição indica a falta de atenção, a não manutenção de distância segura e o tráfego em velocidade inadequada como os principais motivos que levam à falha humana.

A falta de fiscalização permite que motoristas sem condições físicas e psicológicas dirijam nas rodovias que cruzam o Brasil. Com isso, muitas empresas continuam a exigir que os motoristas cumpram os horários dos curtos prazos, gerando estresse e desgaste ao trabalhador.

Os prazos apertados ainda fazem com que os motoristas, especialmente os menos experientes, não encontrem alternativas que não sejam o consumo de drogas estimulantes. Essas substâncias permitem que o trabalhador permaneça durante muito tempo acordado, o que reduz a sua atenção e aumenta o cansaço físico, podendo conduzi-lo, porém, a diversos acidentes.

Além disso, o estresse gerado pela pressão do empregador para cumprir com os horários também aumenta a chance de acontecerem acidentes. Respeitar os horários de descanso e fazer com que a viagem seja a mais tranquila possível são medidas para tentar reduzir tais índices.

A qualificação do motorista e experiência também são vistos como critérios indispensáveis para garantir a segurança nas estradas. Existem empresas que passam instruções rapidamente para o motorista e logo em seguida solicitam que o trabalhador faça a entrega da carga. A experiência é fundamental para que o motorista saiba como agir em determinadas situações, além de conhecer melhor a profissão.

Para o presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar), João Batista da Silva, valorizar e qualificar o motorista são meios de evitar acidentes. “O trabalhador deve entender que os seus limites devem ser respeitados e que a segurança sempre deve ser prioridade”, afirma.

A Fetropar ainda destaca que a tentativa de reduzir os índices é tarefa para empregadores e motoristas, com o objetivo de garantir a segurança de todos nas estradas.

Fonte: Fetropar