Para muitas pessoas, andar de ônibus nas cidades é sinônimo de viagens longas, ônibus lotados e probabilidade de assaltos. No entanto, se elas não usam o transporte coletivo, qual é o meio de locomoção adotado? Mais uma vez, os empresários saem lucrando nessa história.

O setor industrial brasileiro priorizou a indústria automobilística. Afinal, a produção de automóveis envolve a expansão e a consolidação de diversos setores econômicos, tais como a produção de combustível e insumos e o desenvolvimento do mercado de crédito e financiamento.

Por isso, investe-se muito mais no mercado de carros. O automóvel individual foi a prioridade dos investimentos em mobilidade urbana. E, em boa parte dos casos, ainda é.

Além disso, a migração intensa e o encarecimento dos terrenos centrais – mais bem situados – criaram um incentivo para que as metrópoles se configurassem da seguinte forma: as classes com menor poder aquisitivo se concentraram nas periferias. E são essas pessoas que dependem do transporte público para se locomover.

Um dos direitos fundamentais das pessoas é o de ir e vir. No entanto, boa parte das metrópoles brasileiras não consegue viabilizar esse direito de forma satisfatória. O resultado aparece na própria qualidade de vida dos profissionais que atuam no transporte coletivo.

O que as pessoas não sabem é que, no vaivém das grandes cidades, motoristas e cobradores estão submetidos a condições e rotinas de trabalho tão estressantes que podem causar doenças graves e, dependendo do caso, levar até mesmo à morte.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Sinttrol), João Batista da Silva, defende que os governantes e a empresas sejam mais responsáveis quanto às condições de trabalho desses motoristas.

“O mais grave é que tentam jogar a população contra os motoristas urbanos e rodoviários, desqualificando a categoria frente ao povo, principalmente em manifestações de greve”, considera.

A implementação de mudanças perpassa pela participação ativa dos trabalhadores junto ao Sindicato para que, de forma coletiva, a categoria possa lutar por melhorias nas condições de trabalho.

Fonte: Sinttrol