Nas rodovias nacionais, um dos grandes problemas é a falta de infraestrutura. A má conservação das estradas gera prejuízos de bilhões de reais e deixa um rastro sangrento de mortes no asfalto. Afinal, a condição das estradas também é um dos fatores que eleva o número de acidentes.

Geralmente, quem costuma levar a culpa pelas más condições das rodovias federais são os veículos que transitam com excesso de carga. No entanto, eles não são os únicos culpados.

Assim como o excesso de carga contribui para que os pavimentos das estradas se deteriorem com maior rapidez, outros fatores estão envolvidos na qualidade dos asfaltos. Excesso de velocidade, falta de manutenção, má sinalização, intempéries climáticas, dentre outros motivos, também são responsáveis pelas péssimas condições das vias brasileiras.

Um estudo elaborado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) mostra que 10,8% das rodovias federais não têm asfalto. Nas estradas estaduais, essa porcentagem aumenta para 43,7%. As piores condições, no entanto, são das rodovias municipais, pois 92,2% dessas estradas estão sem pavimentação.

Para o presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar), a precariedade no calçamento das estradas é um dos fatores que contribuem para o atraso no desenvolvimento do país.

“Afinal, grande parte do transporte de produtos é feito pelas vias terrestres. O problema da estrutura dessas rodovias prejudica os trabalhadores, a própria população, além de gerar cada vez mais transtornos”, avalia.

A falta de recursos e o não cumprimento da legislação também são fatores que cooperam para as péssimas condições das rodovias. Por isso, de acordo com o presidente, colocar a culpa somente no excesso de peso dos caminhões é uma forma simplista de rever um problema social.

Segundo João Batista, se for confirmado que uma transportadora obriga os trabalhadores a dirigirem caminhões que estejam com excesso de peso, ela pode ser autuada e, inclusive, pode receber uma condenação por danos morais coletivos e danos materiais. A relação direta entre o transporte de mercadorias e as condições das vias, no entanto, não se sustenta como a única causa da precariedade das estradas.

Fonte: Fetropar