Não basta apenas a bandeira da luta em defesa dos trabalhadores do setor de transportes. É preciso ter plano de ação, para defender os direitos conquistados, e buscar melhores condições de trabalho.

Para atender essas necessidades, dirigentes dos sindicatos filiados à Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar) debateram, no primeiro dia do Seminário de Replanejamento 2016-2020, questões fundamentais para a organização sindical.

Durante o encontro, as lideranças sindicais também tiveram que “colocar a mão na massa”. Após as palestras de abertura, eles foram divididos em quatro grupos de trabalhos. O propósito era analisar dez itens que afetam diretamente a Federação e os Sindicatos filiados. Em seguida, eles teriam que elaborar novas propostas ou acatar as sugestões feitas. Ao final do dia, cada grupo apresentava um resumo do que foi estabelecido.

Os quatro grupos tiveram três horas, aproximadamente, para debater os seguintes itens:

Valores e princípios da Federação;

– Prioridades: educação profissional e sindical;

– Política de comunicação;

– Política de negociação;

– Assessoria jurídica;

– Organização sindical;

– Social, cultural, esportivo e lazer;

– Relações internacionais;

– Política financeira da Federação;

– Mobilização e organização das lutas 2016/2017/2018/2020.

Conforme destacou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Toledo (Sinttrotol) João Carlos Correia, cada grupo estabeleceu uma opinião diferente sobre as propostas apresentadas. Mesmo assim, o diálogo foi fundamental para tornar a discussão sindical mais forte.

“Juntando todos os grupos, vai ser a base para a Federação tomar uma ação: o que fazer e o que não fazer”, explicou.

Voz ativa

O Seminário de Replanejamento serviu, também, para que os diretores dos sindicatos tivessem maior voz ativa na Fetropar. Foi o que destacou um dos diretores do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) Carlos Eduardo Dobbins.

“Até mesmo algumas ideias que tivemos entre nós, propusemos para que a Fetropar possa colocar junto aos Sindicatos e deixar a base mais atuante”, afirmou.

Se o propósito é crescer, é preciso abrir espaço para melhorias. Os itens apresentados, na opinião de um dos diretores do Sindicato dos Motoristas, Condutores de Veículos Rodoviários e Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Ponta Grossa (Sitroponta) Jorge Luiz Chila, são pertinentes ao processo de avanço da Federação. Para ele, a política de negociação é um dos pontos fundamentais para o fortalecimento da organização sindical.

“É o que vai envolver, diretamente, nosso trabalhador na base. Para que, na hora da negociação, possamos estar dialogando com o patrão para trazer esse ganho ao trabalhador”, salientou.

Quem planeja, corre menos riscos. Por isso, é preciso se preparar para enfrentar os desafios que vêm pela frente. Foi o que destacou o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Cascavel (Sitrovel), Jonas Cleiton Comissio. Para ele, o Replanejamento é uma forma de traçar metas para o futuro, fortalecer lideranças sindicais e atrair força para conquistar os trabalhadores.

“Estamos em um momento de instabilidade política e financeira e muitos reflexos vão acabar sobrevindo em cima de nossos trabalhadores. Com esse trabalho de planejamento que está sendo feito, nós vamos estar mais preparados para receber um impacto maior”, afirmou Comissio.

Participação: replanejar é se atualizar

A participação dos dirigentes sindicais, conforme destacou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Autônomos e Empregados nos Serviços de Transporte de Peso e Pequenas Cargas Mediante Utilização de Motocicletas e Motonetas de Maringá e Região Noroeste (Sindimoto/Noroeste), Mauro Afonso Garcia, é o que garante novas informações para a organização sindical.

“Se o dirigente sindical não está atualizado, ele fica ultrapassado e o trabalhador é penalizado. Hoje, ele tem que estar à frente das mudanças, das legislações e defendendo o trabalhador”, analisou Garcia.

Fonte: Fetropar