O clima de guerra entre governo e oposição que se viu nas últimas semanas nas comissões por onde o projeto da reforma trabalhista (PLC 38/2017) passou promete ser ainda mais acirrado no Plenário. A tarefa de mediar o confronto caberá ao presidente do Senado, Eunício Oliveira. A primeira batalha já é em relação à definição da urgência do projeto.
Logo na abertura da sessão desta quinta-feira (29), Eunício teve que controlar os ânimos dos senadores. Ele fez a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) a registrar a presença no painel para que tivesse direito à palavra. Em seguida, deu um recado ao líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR).
— Senador Romero, V. Exª não está presidindo os trabalhos, quem está presidindo os trabalhos sou eu. Me perdoe — disse Eunício.
O pedido de urgência foi lido nesta quinta-feira (29), mas a votação só será na semana que vem por decisão de Eunício Oliveira. Jucá acredita que será na terça-feira (4), mas a senadora Gleisi Hoffmann criticou a pressa.
Tinha já um acordo por parte da própria Presidência do Senado e do líder do governo de que não teria urgência nessa matéria, e fomos surpreendidos no final da CCJ com a votação de um requerimento de urgência, que não poderia ser avaliado hoje pelo Plenário — afirmou a petista em entrevista à Agência Senado.
Jucá afirmou que o governo está pronto para votar no momento que for necessário e que acredita ser possível fazer um acordo de procedimentos.
— Não tem problema atrasar um dia ou dois. Não há dificuldade nisso, desde que a gente vote rapidamente — disse.
Mas, segundo Gleisi, essa é uma matéria que só tem possibilidade de ser votada na outra semana, a semana do dia 12 de julho.
Em relação ao intervalo de duas sessões, depois de aprovada a urgência, para que haja a votação do projeto da reforma trabalhista Gleisi foi taxativa ao dizer que a oposição vai lutar contra a possibilidade de o presidente do Senado de convocar sessões sucessivas no mesmo dia para acelerar a tramitação do PLC 38/2017 no Plenário.
— Vamos nos opor de forma muito dura a esse procedimento — declarou.
Jucá lembrou que Eunício “é o dono e responsável pela pauta”. O líder do governo afirmou que o projeto será discutido e votado “com tranquilidade e respeitando as diferenças”.
Fonte: Agência Senado