A reforma da Previdência depende de articulações para avançar no Plenário da Câmara dos Deputados. Os governistas querem aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC) 287/16 até setembro, mas a oposição duvida que existam 308 votos favoráveis à reforma em dois turnos de votação no Plenário.
Aprovada em maio por uma comissão especial da Câmara, a reforma da Previdência prevê, entre outros pontos, idades mínimas de aposentadoria de 62 anos para as mulheres e de 65 anos para os homens. Também será elevado gradualmente o tempo mínimo de contribuição de 15 para 25 anos.
Após a Câmara ter rejeitado a denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva, os governistas se articulam para recompor a base aliada e aprovar a reforma. O relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), aposta na aprovação com o argumento de que a reforma é tema de Estado e não de governo. Segundo ele, o substitutivo aprovado na comissão especial da Câmara “contempla os menos favorecidos e acaba com os privilégios” das aposentadorias de valores elevados.
Arthur Oliveira Maia acrescenta que, do jeito que está hoje, a Previdência consome 55% de toda a arrecadação do Brasil, o que inibe os investimentos, reduz a atividade econômica e aumenta o desemprego. “A Previdência não é uma questão do presidente Michel Temer. É uma questão do Brasil. Se nós não fizermos a reforma, o Brasil vai quebrar. A Câmara dos Deputados deve ter essa responsabilidade”, afirmou.
“Tem gente que quer jogar para a galera e ouço muito deputado dizendo que a reforma ‘é um remédio necessário, mas é amargo e, no ano que vem, tem eleição’. Ora, não é possível que um homem público deixe de tomar as medidas que o País precisa apenas pensando em eleição. Então, eu, de fato, acredito que teremos condições de aprovar a reforma. E o quanto antes tivermos essa votação, será melhor para todo o nosso país”, disse Oliveira Maia.
Nova denúncia
Já o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), vice-líder da bancada de oposição, reafirmou que o governo Michel Temer não tem legitimidade para conduzir uma reforma tão profunda. Ele lembrou que a Câmara deve receber, em breve, uma nova denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer, desta vez por obstrução de justiça.
Quanto ao conteúdo da reforma da Previdência, Paulo Teixeira o classifica de “injusto do ponto de vista social” e com regras de transição “muito bruscas”. Segundo ele, a oposição só admite negociar o tema se for criada uma taxa sobre ganhos de lucro no sistema financeiro para financiar a seguridade social.
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Fonte: Agência Câmara Notícias