Os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) e as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) são as doenças ocupacionais que mais atingem os trabalhadores brasileiros. De acordo com um levantamento da Previdência Social, essas enfermidades representam cerca de 80% das doenças adquiridas pelos trabalhadores e têm relação direta com as mudanças nos processos de produção e condições de trabalho nos últimos anos.
O aumento de processos automatizados, do ritmo de trabalho e da pressão por produtividade trazem novos riscos para os ambientes de trabalho, gerando doenças ocupacionais nos trabalhadores. Esses também são os motivos pelos quais muitos funcionários escondem seus sintomas com medo de alguma repressão por parte da empresa, que frequentemente negligencia as normas de segurança.
Os sindicatos têm uma importante função de auxiliar os trabalhadores com informações sobre os riscos de doenças e acidentes de trabalho, suas causas e origens e, principalmente, como evitá-los. Segundo o coordenador administrativo-pedagógico do ISC, Munir Varela, a participação dos trabalhadores no monitoramento das condições de trabalho é fundamental para que sejam elaboradas propostas de solução para os problemas encontrados.
“As visitas às empresas são importantes e muitos riscos estão no cotidiano, fazendo parte da rotina, por isso os trabalhadores acabam não os percebendo. Fazer esse esclarecimento e mostrar que seguir as normas de segurança e usar os EPIs
Outro ponto destacado pelo coordenador é o trabalho em conjunto entre o sindicato e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), pois assim é possível estudar medidas de prevenção a serem adotadas pela empresa e, se for necessário, entrar com medidas legais em caso de desrespeito aos direitos dos trabalhadores ou à legislação.
Como as LER e os DORT são desenvolvidos?
Não existe uma causa única para o desenvolvimento dessas doenças, mas alguns fatores podem ser identificados e serem objeto de atenção dos trabalhadores, como movimentos repetitivos, ritmo acelerado, mobiliado inadequado, ausência de pausas na jornada de trabalho, ambientes mal ventilados ou ruidosos, entre outros.
“Muitas vezes as empresas que não se preocupam em propiciar um ambiente de trabalho adequado também dificultam a comunicação com os funcionários sobre essa questão, impossibilitando as sugestões para melhorias”, lembra Munir.
Confira o Caderno de Estudos e Diálogos do ISC sobre o combate a doenças e acidentes de trabalho aqui.
Fonte: Fetropar e ISC