Jornadas longas, prazos apertados, trabalho sob pressão, falta de equipamentos adequados e condições precárias de trabalho são aspectos comuns ao cotidiano dos motoristas de caminhão ou de ônibus no Brasil. Além disso, muitos motoristas trabalham a noite, horário em que há maior incidência de acidentes nas estradas e que, frequentemente, são provocados por sonolência.
Em 2009, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontou quase 2.400 acidentes causados pelo sono. Um estudo feito pelo Departamento de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) mostrou que 20% do total de acidentes estão ligados à sonolência. Essa mesma pesquisa indicou que 61% dos 495 entrevistados assumiram que costumam dirigir no dia seguinte, mesmo após uma noite mal dormida.
Dados de uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Neurologia (ABN) apontaram que quase metade das pessoas já parou o veículo por causa de sono e que aproximadamente 75% já tentaram diminuir o sono parando para tomar café. Outras 10% afirmaram ter o costume de dirigir com sono e 23% conduzem veículos com sono pelo menos duas a três vezes por semana.
Mais da metade dos entrevistados conhecem ao menos uma pessoa que quase se acidentou por sentir sonolência e 39% conhecem pelo menos uma que sofreu um acidente de trânsito provocado por sono.
Nenhum motorista, entretanto, escolhe dirigir sentindo sono. Na realidade, as jornadas extenuantes, bem como o excesso de trabalho agravam o cansaço e as condições de trabalho dos motoristas. “Como as jornadas de trabalho são cansativas, para bater as metas colocadas pelos patrões, muitos trabalhadores seguem dirigindo”, avalia o presidente da Fetropar, João Batista da Silva.
Se tiver sono, não dirija
Geralmente na primeira fase de sonolência tende a aparecer os seguintes sintomas: o motorista começa a bocejar com frequência, as piscadas ficam mais longas e as pálpebras parecem ficar mais pesadas. Se isso ocorrer, o condutor deve interromper a viagem imediatamente, estacionar e buscar um lugar para dormir e descansar. Sobretudo quem dirige à noite precisa estar atento a esses sinais.
Medidas defensivas
As medidas defensivas relacionadas à sonolência têm como objetivo evitá-la ou melhorá-la após sua ocorrência. Evitar a sonolência dormindo adequadamente antes de dirigir é mais eficiente e pode apresentar melhores resultados do que qualquer outra medida corretiva.
Importante destacar também que o ideal é que haja uma melhoria das condições de trabalho do motorista, além de cuidados com a sua saúde. São fatores que auxiliariam tanto no desempenho do trabalhador como para evitar novos acidentes.
Fonte: Fetropar