Baixa qualidade, que faz das crianças e idosos as principais vítimas, está associada ao desenvolvimento de doenças respiratórias, cardiovasculares e reprodutivas
São Paulo – Mais de 11 mil pessoas morrem todos os anos no estado de São Paulo por problemas de saúde agravados pela alta quantidade de poluentes no ar. Na análise da bióloga Ana Julia de Faria Coimbra Lichtenfels, o índice de mortalidade registrado pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade, é principalmente provocado pela emissão de poluentes por frotas de ônibus e caminhões movidos a diesel nos grandes centros urbanos.
Em entrevista a Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual, a bióloga, que atua no Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Universidade de São Paulo (USP), alerta que a defasagem dos parâmetros utilizados para medir a qualidade do ar mascaram o aumento constante da poluição.
“Desde 1980, grupos brasileiros, americanos e europeus vêm demostrando que esses valores são incorretos. Os agravos na saúde estão ocorrendo em concentração de poluentes abaixo desses valores prescritos como seguros”, afirma Ana Julia.
Segundo a organização Greenpeace, em decorrência da baixa qualidade do ar, só na cidade de São Paulo já são esperadas mais 3 mil mortes para este ano. E caso nenhuma medida de contenção seja tomada, o número saltará para 7 mil em 2050, atingindo principalmente crianças e idosos, populações mais suscetíveis a desenvolver doenças respiratórias. A bióloga cita ainda o surgimento de problemas cardiovasculares e reprodutivos como efeitos poluição.
Ana Julia destaca que esse grave problema de saúde pública também demanda a participação individual de cada cidadão para melhorar a qualidade do ar. “Para a gente mudar esse panorama tem de haver um esforço conjunto, não só das autoridades e governo, mas da população como um todo.”
Fonte: Rede Brasil Atual