Este ano foi particularmente desafiador para as negociações, devido aos primeiros meses de vigência da Reforma Trabalhista e o período eleitoral. Foram momentos marcados por muita incerteza para o país. Mesmo com esses desafios, a Fetropar e seus sindicatos filiados conseguiram contabilizar um número significativo de negociações coletivas.
Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), foram 88 acordos e convenções conduzidos pela Federação até setembro de 2018. Os números são muito próximos dos obtidos em 2017, ano em que foram coordenadas 91 negociações.
O relatório também indica que o ganho real médio desses acordos e convenções ficou em 0,52% em reajustes salariais e 0,59% em pisos salariais. O reajuste salarial é a porcentagem dos aumentos que, na prática, ficaram acima da inflação acumulada para o período. Isso significa que mesmo com os aumentos dos preços dos produtos e serviços do país nos últimos 12 meses, o poder de compra da categoria – e consequentemente sua qualidade de vida – aumentou, graças ao trabalho da Federação e dos sindicatos filiados em um ano complicado para negociações.
O QUE MUDOU DE 2017 PARA 2018?
O primeiro obstáculo encarado pelas entidades sindicais nas mesas de negociação foi a economia brasileira. Medidas de austeridade impostas pelo Governo Federal no último ano prejudicaram
a população e não tiveram o impacto prometido para o crescimento do país. A instabilidade foi intensificada pela tensão durante todo o período de eleições.
Além disso, de acordo com o economista e supervisor-técnico regional do Dieese, Sandro Silva, a Reforma Trabalhista é uma das principais culpadas pelas dificuldades para se fechar acordos, por ainda causar muitas dúvidas e insegurança jurídica. Com isso, as negociações acabam focadas em proteger os trabalhadores dos impactos negativos da nova legislação em vez do ganho real.
“Com as brechas abertas na legislação, muitas entidades patronais estão tentando flexibilizar alguns direitos nas negociações. Com isso, de maneira geral, estamos notando uma demora maior no fechamento dos acordos. Por esse motivo, até o momento, foram fechadas 30% menos negociações em relação ao ano passado”, explica Silva.
Fonte: Fetropar