Quem é motorista de caminhão no Brasil sabe que o trabalho não é nada fácil. Jornadas longas, estradas esburacadas e malconservadas e condições precárias no dia a dia são algumas das dificuldades encontradas em todas as regiões do país.
De acordo com dados da pesquisa Perfil dos Caminhoneiros, o salário médio do motorista autônomo é maior do que a remuneração dos motoristas profissionais contratados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
“Essa diferença acontece, pois a maioria dos motoristas são autônomos e recebem por mês mais do que as transportadoras querem oferecer. As diferenças salariais não são só em relação ao tipo de serviço, mas também à região onde o caminhoneiro trabalha”, explica o presidente da Fetropar, João Batista da Silva.
A pesquisa mostrou que 68% dos motoristas de caminhão são autônomos. A chance de fazer com que o trabalho renda mais leva muitos motoristas profissionais a optarem por esse tipo de serviço. “Porém os autônomos não contam com as proteções previstas na CLT, como limite de jornada de trabalho, férias, 13º salário. Muitos não contribuem com a Previdência e estão completamente desprotegidos se ocorrer algum acidente com afastamento, por exemplo”, aponta João Batista da Silva.
Profissão de risco
Buracos nas rodovias, sinalização ruim e roubos de cargas são alguns dos problemas mais encontrados pelos caminhoneiros profissionais. Para aumentar os ganhos trabalhando mais, os motoristas costumam usar rebite ou anfetamina em excesso, o que prejudica a saúde e as condições de trabalho.
Ao longo de oito anos, foram 2.579 mortes contabilizadas pelo Ministério da Previdência Social, número maior que profissões de risco como a de eletricista.
Fonte: Fetropar