O Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) enviou um ofício ao sindicato dos motoristas e cobradores e à Urbs, dizendo que poderá demitir até 2 mil trabalhadores nos próximos meses, para conseguir quitar o 13º dos funcionários. Segundo o Setransp, o sistema de transporte público entrou em colapso e a tarifa técnica de R$ 3,21 paga aos empresários já não cobre os custos de operação.

O Setransp diz que a falta de reajuste na tarifa técnica é um descumprimento do contrato entre a Urbs, autarquia que faz o gerenciamento dos ônibus, e as empresas de ônibus. Embora os usuários paguem R$ 3,30 de passagem, as empresas recebem um valor menor. É a primeira vez que isso ocorre desde que foi instituído o contrato do transporte público.

As empresas também afirmam que o fim da integração de linhas que atendem a capital e a Região Metropolitana causou um baque nas contas, pois teria diminuído o número de passageiros que usam o transporte coletivo. Além do 13º dos funcionários, as empresas alegam que podem atrasar os salários de dezembro e janeiro.

Em nota, a Urbs informou que está cumprindo os contratos e que todos os repasses estão em dia. Segundo a autarquia, as empresas estão sendo notificadas para confirmarem as informações do Setransp. “A Urbs reitera sua disposição inabalável de manter o diálogo, a transparência e o respeito à causa pública que tem mantido nas relações com as concessionárias e os trabalhadores, no sentido de manter os serviços de transporte público que a população merece e precisa”, disse.

O sindicato dos trabalhadores informou que foi surpreendido pelo ofício encaminhado pelo Setransp. Os funcionários devem se reunir em assembleia na sexta-feira (27). A categoria ainda não definiu qual será o posicionamento a partir de agora.

A Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) também foi procurada para comentar a nota do Setransp. No entanto, o órgão do governo estadual não quis se pronunciar sobre o problema.

Fonte:G1