Pesquisa do DataSenado mostra que 100% das entrevistadas disseram conhecer a Lei Maria da Penha. Mas parlamentar afirma que informação por si só não tem sido suficiente para mudar a realidade atual
O seminário “Mulheres, violência e mídias sociais” reuniu nesta quarta-feira (2), no auditório do Interlegis, representantes da sociedade civil para discutir formas de combate às agressões sofridas virtualmente. A discussão foi embasada em relatos e pesquisas sobre o tema.
Na avaliação da procuradora especial da Mulher, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), a informação por si só não tem sido suficiente para mudar a realidade atual. Ela se referia à pesquisa do DataSenado, publicada em agosto deste ano, que mostrou que 100% das entrevistadas disseram conhecer a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06).
“O conhecimento existe, mas ele não é completamente dominado. Esse tema sugere o quanto a gente ainda tem que aprender, inclusive com relação às formas de lutar contra a violência. Esses debates são importantes para nos preparar para a luta de empoderamento das mulheres”, disse Vanessa Grazziotin.
A pesquisa do DataSenado, publicada em agosto deste ano, mostrou que uma em cada cinco mulheres já sofreu algum tipo de agressão. Dessas vítimas, 26% ainda convivem com o responsável pela violência.
Dividido em dois painéis — “Velhas violências, novas mídias” e “Liberdade de expressão versus direito à intimidade” — o seminário foi visto pelas participantes como um espaço necessário de enfrentamento da mulher contra a violência física e psicológica, visível agora também na internet por meio do cyberbullying e revenge porn (pornografia da vingança).
“Por mais que nós tenhamos avançado no debate feminista e nas discussões a respeito de papéis mais igualitários entre homens e mulheres, o que as redes sociais mostram é a repetição de padrões de situações de humilhação contra a mulher, já conhecidas dentro das comunidades off-line”, disse Soraia da Rosa, representante do Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher.
A programação, promovida pela Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher e pela Procuradoria Especial da Mulher no Senado, integra a campanha “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres”, mobilização anual que acontece simultaneamente em diversos países e busca conscientizar a população sobre os diferentes tipos de agressão contra o sexo feminino.
Fonte: Câmara dos Deputados