Entre todas as queixas de dor por parte dos motoristas profissionais, a que atinge as costas é a mais presente. O dado é de pesquisa realizada com 150 motoristas de ônibus em Londrina pelo mestre em Ergonomia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Marcos Roberto Queiróga.
Durante quatro meses, 91 dos entrevistados (61%) afirmaram sentir algum tipo de dor. A coluna vertebral respondeu por 69% dos relatos. Essa região é dividida por três segmentos – dorsal, cervical e lombar – e verificou-se que esta última tem maior incidência de dor, com 37% dos casos.
Já os membros inferiores – joelhos, pernas, pés – obtiveram 16% de indicação de dores. Os outros 15% de queixas por Sintomas de Dor (SD) estão distribuídos entre cabeça, tronco e membros superiores (braços), com 8%, 1% e 6%, respectivamente.
O estudo também aplicou uma comparação entre motoristas de ônibus com e sem sintomas, levando em consideração informações sobre idade, massa corpórea, estatura, índice de massa corporal e tempo de trabalho.
Somente a média de idade entre os motoristas com e sem sintomas já foi estatisticamente significativa, provando que o desconforto é maior entre os profissionais mais velhos.
A denominação Lesões por Esforço Repetitivos (LER) é muito conhecida. Mas, no caso dos motoristas, o que traduz melhor as consequências sofridas por sua rotina de trabalho, é o termo Desordens Relacionadas ao Trabalho (Dort).
Dirigir é uma atividade desgastante e o uso de equipamentos adequados para o trabalho deve levar em consideração o conforto, a segurança e a saúde de quem conduz. Esses elementos são fundamentais para que profissional possa realizar seu trabalho em condições favoráveis e com qualidade de vida.
Fonte: Fetropar