Não é à toa que o trabalho do motorista rodoviário é considerado um dos mais exaustivos e perigosos do mercado de trabalho. Além de se preocupar com o tráfego, os horários de entrega, o roubo de cargas e as metas, a categoria fica exposta às péssimas condições das estradas brasileiras.
Resultado da negligência do Poder Público, as rodovias sem manutenção contribuem diretamente para o alto índice de acidentes nas rodovias. De 2007 a 2017, foram registradas 23 mortes por dia nas estradas federais que cortam o Brasil.
Algumas pesquisas conseguem dar a dimensão do problema. De acordo com um levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), 57% dos trechos avaliados apresentam um estado geral classificado como regular, ruim ou péssimo.
Em outras palavras, mais da metade das rodovias analisadas pela CNT está longe do ideal, o que acende o sinal amarelo em relação à segurança dos motoristas.
Além disso, a pesquisa identificou que, em 2018, apenas 12,4% da malha rodoviária federal era pavimentada e, em 2017, 59,2% das rodovias apresentavam problemas de sinalização.
Frente ao crescimento da frota brasileira, os dados se tornam ainda mais preocupantes. De 2008 a 2018, o número de veículos circulando pelo país cresceu 82,4%, passando de 54,5 milhões para 99,4 milhões.
Se as péssimas condições das rodovias brasileiras representam um risco à segurança de todos, o cenário é pior para os motoristas rodoviários, que passam a maior parte do dia exposto aos perigos do trânsito.
Para o presidente da Fetropar, Moacir Ribas Czeck, a solução do problema não é simples, mas as empresas podem tomar iniciativas que reduzem o estresse gerado pelas má conservação das estradas.
“Definir metas compatíveis com as condições de trabalho dos motoristas, respeitar as pausas e horários de descanso e fazer manutenção dos veículos periodicamente garantem mais segurança ao motorista. São ações que as empresas que se preocupam com a categoria precisam executar”, afirma.
Fonte: Fetropar