A partir da segunda-feira (6), dirigentes sindicais também realizam panfletagem em locais públicos para convocar a população para aderir aos protestos que acontecerão em todo o país. O ato nacional será na Avenida Paulista em frente a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
“Esse movimento em frente a Fiesp simboliza a resistência da classe trabalhadora contra a retirada de direitos. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) fez esses dias um seminário voltado para o empresariado para promover a reforma trabalhista. Neste dia de resistência e denúncia vamos mostrar que o objetivo dos trabalhadores é o desenvolvimento nacional com geração de empregos”, declarou ao Portal Vermelho Luiz Gonçalves, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores no Estado de São Paulo.
Durante reunião realizada nesta sexta para um balanço da mobilização, dirigentes da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) informaram que a CTB participa de atos organizados para acontecer em 17 estados, número que pode aumentar. “Realizamos uma ampla plenária nesta quinta (2), que reuniu 14 categorias da Capital e do interior de São Paulo, e nossa expectativa é muito positiva para os atos que serão realizados aqui no estado”, informou Onofre Gonçalves, da direção nacional a CTB.
Nesta quinta-feira (2) trabalhadores dos transportes realizaram uma plenária para decidir como fortalecer os protestos do dia 10. Participaram representantes de aeroviários, ferroviários, metroviários e condutores. A orientação que resultou da plenária é que sejam realizadas paralisações nos terminais, atrasos nas saídas dos ônibus e panfletagem.
Os metroviários de São Paulo vão realizar uma grande panfletagem na quinta-feira (9) juntamente com os trabalhadores do Sindicato Nacional do Meio Ambiente, Água e Esgoto de São Paulo (Sintaema). “É um dia de denúncias, de manifestações. Mostrar os ataques do governo Temer aos trabalhadores com os impactos provocados pela reforma trabalhista, ataques aos direitos, privatizações e fragilização do movimento sindical”, explicou Wagner
Fajardo, da diretoria do Sindicato dos Metroviários.
“Os trabalhadores estão de saco cheio do desemprego, de salário baixo e sem carteira assinada. O dia da nossa paralisação é para dizer que não aguentamos mais esse governo e que nossos direitos precisam ser respeitados. Para que isso acontece você precisa vir participar das atividades chamadas pelo sindicato. É o dia da nossa revolta. Só conseguiremos sair da crise com a sua participação”, convocou em vídeo Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Segundo Fajardo, o movimento sindical está trabalhando com a possibilidade de tentar despertar no trabalhador e na sociedade a importância das mobilizações. “Os trabalhadores estão na defensiva porque o desemprego é alto. Quem está trabalhando tem medo de perder o emprego mas se a gente não faz nada parece que concordamos. Por isso, vamos para a rua denunciar”.
As reivindicações dos atos da próxima sexta são: combate ao desemprego, defesa da aposentadoria, aumento abusivo do gás de cozinha e a defesa da soberania e democracia. No centro dos protestos está o documento Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, uma plataforma elaborada por 7 centrais para dialogar com os candidatos à presidência da república.
Para Fajardo este dia será uma oportunidade de mostrar que é fundamental eleger candidatos e bancadas comprometidas com os direitos dos trabalhadores. “Alckmin, Bolsonaro e Meirelles são farinha do mesmo saco. É preciso deixar claro que o problema não está nas pessoas mas no projeto político que representam que defende os interesses das elites. Alckmin declarou que não vai mexer na reforma trabalhista, ou seja, ele é o representante oficial do governo. Meirelles é só fachada”, denunciou o metroviário.
Nesta quinta as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo anunciaram que irão fortalecer os protestos do dia 10. Entre as entidades que compõem as duas frentes estão MST, MTST, UNE e movimentos em defesa dos direitos das mulheres e entidades do movimento negro.