Durante audiência pública realizada pela Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (15), a diretora do Departamento de Atenção Especializada e Temática do Ministério da Saúde, Inês Gadelha, explicou que, desde o ano passado, o SUS tem se mobilizado para que as notificações sejam realizadas de forma correta e para que os casos confirmados possam ter atendimento adequado.
“Essas crianças apresentam
A autora do requerimento para a realização da audiência, deputada Zenaide Maia (PR-RN), destacou que a participação dos pais deixou clara a dificuldade no atendimento a essas crianças.
“São mais de mil crianças com deficiência principalmente intelectual, que é uma deficiência que demanda muito. E para que serviu isso? Para se mostrar que, mesmo com os protocolos criados com essa objetividade do SUS, a gente está vendo que não está conseguindo executar.”
Viviane Lima, mãe de duas adolescentes com microcefalia, afirmou que há 17 anos, quando sua primeira filha nasceu, a falta de informação foi a barreira mais difícil. Ela, que criou no WhatsApp o grupo “Mães de Anjos Unidas” para auxiliar outras mães na mesma situação, defende a desburocratização no processo para o Benefício de Prestação Continuada para essas crianças. Ela citou a necessidade de um laudo com renovação anual.
“Se minha filha nasce com microcefalia, daqui a um ano ela não vai deixar de ter microcefalia. Então, tem que ser um laudo permanente, um laudo que seja dado no momento em que for feita a avaliação, e que ele dure. Isso não vai modificar. A microcefalia não é algo que vai deixar de existir na criança.”, afirmou.
Para o vice-presidente de ambiente, atenção e promoção da saúde da Fiocruz, Valcler Rangel Fernandes, é preciso investir em pesquisa e não menosprezar o Aedes aegypti, que tem grande capacidade de adaptação e existe há milhões de anos. Ele também defendeu atendimento prioritário para as crianças com síndrome congênita do zika vírus, porque a microcefalia é uma limitação que pode ser minimizada com o atendimento adequado desde os primeiros dias de vida.
Fonte: Agência Câmara