Em discurso no Plenário na noite desta terça-feira (19), a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) questionou as propostas de reforma política em discussão no Congresso Nacional. Para a senadora, a reforma política não pode ser votada às pressas e sem discussão com a sociedade.
– Será que esse tipo de reforma vai resolver nosso problema político? Eu creio que não. Tenho medo de que o que sair daqui seja para piorar a situação – disse.
A senadora defendeu o financiamento público de campanhas e criticou o financiamento empresarial para campanhas eleitorais. Segundo a senadora, o financiamento público evita que políticos sejam reféns de grandes grupos econômicos, torna as campanhas mais baratas e a disputa eleitoral mais igualitária.
Fátima Bezerra também criticou o modelo chamado de “distritão”, que acabaria com a proporcionalidade nas eleições para o Legislativo. Segundo a senadora, esse modelo enfraquece as ideias e os partidos e fortalece apenas aqueles candidatos que já ocupam cargos políticos ou já têm alguma visibilidade midiática. Ela lamentou a pouca diversidade na representação parlamentar, defendeu mais debate com a sociedade e sugeriu uma constituinte para a implantação da reforma política.
Pesquisa
A senadora ainda comentou pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada nesta terça-feira, mostrando que apenas 3,4% da população avaliam o governo Michel Temer como positivo. Fátima Bezerra classificou o governo como “uma tragédia” e acrescentou que o Congresso Nacional também não tem conseguido prestígio com a população. Para a senadora, a pesquisa revela o abismo entre a classe política e o povo brasileiro. Ela concluiu o discurso celebrando o fato de a pesquisa mostra o ex-presidente Lula como favorito para as eleições de 2018.
Fonte: Agência Senado