Na opinião do jornalista e consultor, o governo de Michel Temer está mais preocupado em agradar ao mercado em vez de atender a população. Ele citou a reforma trabalhista (lei 13.467/2017), sancionada por Temer, e a Emenda de Gastos aprovada pelo governo e aliados como duas das medidas que agravaram em dois anos os problemas enfrentados pela população. Temer assumiu após o impeachment em 2016 da presidenta eleita Dilma Rousseff.
“É preciso esclarecer para a população que todas as medidas do atual governo vieram para tirar dos mais pobres e dar para os mais ricos. A reforma trabalhista precarizou as condições de trabalho e diminuiu a renda. A emenda de gastos que congelou por 20 anos despesas como saúde e educação impediram que o Estado pudesse atender a população”.
Agenda de Temer é a mesma de Alckmin
Toninho vê no atual momento chances de que o debate de ideias volte ao centro da discussão. “Na época do impeachment a população ficou muito dividida no julgamento moral atrelando apenas a um governo. Acho que a contribuição do movimento sindical, das centrais neste momento é esclarecer que o projeto não vem apenas do governo Temer mas que se vier Alckmin e Bolsonaro vai piorar mais ainda para a população”, enfatizou.
O consultor do Diap lembrou que o pré-candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, afirmou que preservará a reforma trabalhista, manterá as regras atuais que enfranqueceram o recolhimento da contribuição sindical e que poderá extinguir o Ministério do Trabalho. “As declarações de Alckmin são o exemplo cabal de ausência de compromisso com o social. O trabalho é a base de todo o social”, completou Toninho.
Agenda Prioritária
Ele citou a Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, elaborada por sete centrais sindicais, como uma iniciativa política para combater a atual política de retirada de direitos. O documento apresenta 22 propostas para a retomada do crescimento, entre elas a revisão da reforma trabalhista, a revogação da Emenda que congelou os gastos em saúde e educação e a retomada das obras de infraestrutura para gerar empregos de forma imediata. Clique AQUI para acessar as 22 propostas.
“A proposta dos trabalhadores é uma iniciativa extremamente importante. Tem função pedagógica. Você coloca de um lado a proposta dos trabalhadores e de outro o projeto e partidos que representam o poder econômico. Comparar é a melhor forma de esclarecer”, afirmou Toninho.
No dia 10 de agosto, todas as centrais sindicais brasileiras realizam o Dia do Basta, que é um dia de paralisação nos locais de trabalho para dar um alerta à população sobre os graves problemas enfrentados pela população. No centro do ato está a Agenda Prioritária, que tem como objetivo além de denunciar o ataque aos trabalhadores colocar no debate eleitoral as 22 propostas.
Eleições: Escolher o lado dos trabalhadores
“A população pode dar o troco em outubro. Além de uma política contra os trabhadores que tirou renda e precarizou, o projeto do governo quer entregar o patrimônio do país a preço de banana. Na mobilização para o dia 10 estamos mostrando isso e dizendo que temos que escolher um lado. Eleger um boa bancada de deputados federais e não eleger quem votou contra os trabalhadores”, declarou ao Portal Vermelho Miguel Torres, presidente em exercício da Força Sindical.
A Força Sindical tem aproximadamente 1.650 sindicatos pelo país que são filiados à central, que representa cerca de 400 milhões de trabalhadores. “Estamos mobilizando os sindicatos, popularizando a agenda dos trabalhadores. O dia 10 é um dia de alerta, o dia do Basta contra isso que está aí, contra o desemprego, contra a política econômica. Vai ser a primeira manifestação importante no ano para pensamos em outras maiores”, avaliou Miguel.
Nesta semana, inúmeras categorias, entre elas a dos transportes (rodoviários, ferroviários, metroviários e condutores), realizam assembleias para definir a forma de participação nos atos. A principal manifestação, com os dirigentes de todas as centrais, acontecerá às 10h na avenida Paulista, em São Paulo. Será em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).