Quem passa pelo porteiro, acha que esse é um profissional que fica sentado o dia todo em uma cabine em frente aos prédios. Porém, mais do que isso, o porteiro é o profissional que fiscaliza e guarda o patrimônio. Ele também é responsável por controlar a entrada e a saída de pessoas e de veículos nas dependências em que trabalha.
E, como em toda profissão, o porteiro também acumula algumas funções. Além de realizar o atendimento na recepção do prédio, ele é responsável por receber, entregar e distribuir correspondências.
Mas nem tudo é tão simples como parece. Muitos trabalhadores da categoria ficam isolados em guaritas, passam muitas horas sentados e, se não tiverem auxiliares, ficam impossibilitados até mesmo de sair para desenvolver outras tarefas. Em alguns casos, o horário para repouso e alimentação dos trabalhadores também pode ficar comprometido.
O grande problema de saúde que acomete os porteiros é causado pelo fato desses ficarem muito tempo sentados, pois, além de dores e desconfortos, isso traz diversos males para o corpo. Uma pesquisa americana revela que ficar mais de 11 horas por dia sentado, seja trabalhando, estudando, navegando na internet ou, até mesmo, vendo televisão eleva o risco de morte nos próximos três anos.
O problema não atinge apenas a coluna. Muitas horas sentado pode causar problemas cardíacos e circulatórios, além do aumento da incidência de diabetes.
Outros estudos indicam que, quanto maior o tempo sentado, maiores as chances de doenças nos rins, principalmente nas mulheres. Os porteiros também podem sofrer com obesidade e síndrome metabólica, que é a combinação de fatores envolvendo colesterol, pressão e triglicerídeos.
Não é só o corpo que sofre. A mente também. O mesmo estudo americano mostra que passar muitas horas sentado é negativo para a saúde mental dos trabalhadores.
De acordo com o presidente do Sindeesmat, Agisberto Rodrigues Ferreira Junior, a empresa precisa oferecer condições de trabalho que prezem pela segurança e pela saúde do trabalhador.
“O empregador precisa oferecer treinamento aos porteiros para que esses consigam evitar possíveis riscos no ambiente de trabalho. O porteiro também precisa ter horário para repouso e alimentação, por isso a importância dos auxiliares”, destaca.
Muitos porteiros trabalham à noite e estão sujeitos à violência urbana. Mesmo assim, a Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP), em audiência realizada em setembro de 2015, na Câmara dos Deputados, rejeitou uma proposta que assegurava o adicional de insalubridade a porteiros, vigias e seguranças de prédios comerciais e residenciais.
De acordo com o relator da comissão, o benefício foi negado porque esse adicional deve ser concedido aos trabalhadores que mantêm contato com inflamáveis explosivos ou energia elétrica. Ou, então, aos que atuam com segurança pessoal ou patrimonial e estão expostos a roubo e violência.
Fonte: Sindeesmat