As formas de organização sindical passam por diferentes transformações ao longo do tempo. No entanto, a essência permanece: a união dos trabalhadores. Mais do que lutar pelos direitos das categorias que representa, os sindicatos possuem um papel importantíssimo na transformação da sociedade.
Baseado neste conceito, o professor Renato Bastos abriu o segundo dia do curso de Gestão Sindical e Oratória, na quinta-feira (11).
Organizado pela Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar), em parceria com o Centro Nacional de Estudos Sindicais e do Trabalho (CES) e com o Instituto São Cristóvão (ISC), o curso promove a formação do dirigente sindical e traz para o debate a atual conjuntura política.
Temas em discussão
Os temas escolhidos para a discussão coletiva, no segundo dia, foram a gestão financeira para as entidades sindicais e a assessoria sindical. Na opinião de Bastos, é preciso entender qual é o momento que as entidades estão vivendo e repensar nas novas formas de atuação.
Para conseguir o diálogo com os trabalhadores, por exemplo, é preciso mobilização e organização. Além disso, é necessário entender que os sindicatos precisam de uma organização classista, o que, nas palavras de Bastos, significa promover luta política, luta econômica e luta ideológica.
Se a luta econômica começa pela batalha nas negociações coletivas, a luta política também precisa fazer parte do papel constante dos sindicatos, pois cabe a eles a função da transformação social.
Segundo o professor, há o problema da falta de comunicação nas organizações sindicais. No entanto, um outro elemento importante contribui para as dificuldades atuais do movimento sindical, que é resultado da conjuntura política das duas últimas décadas.
Trata-se da falta de coesão social, que, de acordo com Bastos, passou a predominar no mundo a partir de 1990, com o fim dos grandes sistemas ideológicos do socialismo. Com o pensamento neoliberal predominante, a mensagem individualista ganha vez.
Se a saída deixa de ser coletiva, os trabalhadores também começam a buscar saídas individuais para os problemas coletivos que atingem a categoria. Logo, a procura pelos sindicatos passa a ser menor, já que não há uma identidade de classe tão alta assim.
O terceiro elemento, conforme aponta o professor, é a falta de comunicação. É preciso chegar até as bases, mas também é necessário dialogar com a própria sociedade. O planejamento e a gestão financeira são saídas para a situação atual.
“O sindicato precisa levantar quem é a categoria que representa hoje, a fim de melhorar a gestão, melhorar a comunicação e sempre ter luta política”, afirmou.
Fonte: Fetropar