Representantes das empresas de ônibus e dos motoristas e cobradores de Curitiba e Região Metropolitana fecharam um acordo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para evitar que uma nova greve do transporte coletivo seja deflagrada nesta terça-feira (8). As partes estiveram reunidas durante a tarde desta segunda-feira (7) em uma audiência de conciliação.
O sindicato que reúne as viações (Setransp) pagou o salário integral de 87% dos funcionários nesta segunda-feira (7). Os salários das empresas Araucária Filial, CCD e São José Filial foram quitados parcialmente. Além disso, os cartões alimentação das empresas CCD e Tamandaré Filial não foram pagos.
Pelo acordo, a greve não será deflagrada e as empresas inadimplentes terão de quitar os pagamentos até a terça-feira (8). Caso isso não ocorra, o TRT determinou que haverá multa de R$ 60 por dia para o atraso dos vencimentos de cada trabalhador. Se necessário, a multa será cobrada a partir de quarta-feira (9).
Caso os trabalhadores das empresas inadimplentes não obedeçam o que foi negociado e entrem em greve, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores (Sindimoc) é que será multado – e a punição às empresas não será aplicada.
Inicialmente, a greve seria deflagrada em caso de não pagamento integral dos salários. Entretanto, o Sindimoc aceitou recuar após o Setransp aceitar antecipar em três dias o pagamento da última parcela do 13.º salário – a nova data é dia 17 de dezembro.
Além disso, ficou acordado também que, caso as empresas atrasem o pagamento do 13.º ou do salário de dezembro, que deverá ser quitado até 8 de janeiro, elas serão multadas. Para dezembro, o valor da multa é de R$ 60 por funcionário, por dia. Para janeiro, essa multa cai para R$ 30.
O presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, comemorou o resultado da reunião. “Acredito que foi um grande avanço para os trabalhadores, que chegaram a essa audiência sem a certeza de que iriam receber os pagamentos dos próximos meses. Agora, se não há certeza, pelo menos há um aceno de que tudo até fevereiro será pago”, diz. Para ele, as multas previstas no acordo reduzem a possibilidade de atraso por parte das empresas.
Já o presidente do Setransp, Maurício Gulin, disse que o acordo não foi 100% do que as empresas esperavam, mas que ao menos garante a circulação dos ônibus nos próximos dias. Para ele, há um “desequilíbrio” no contrato que dificulta a situação de caixa das empresas, e que essa situação precisa ser corrigida para evitar que novos atrasos aconteçam.
Na última semana, Curitiba chegou a enfrentar uma greve parcial de ônibus. Funcionários de cinco empresas aderiram à paralisação, afetando principalmente linhas metropolitanas e que circulam no região Sul da capital. A greve durou poucas horas.
Fonte: Gazeta do Povo