Além dos prazos de entrega e dos cuidados com o tráfego, o brasileiro que ganha a vida com o transporte de cargas tem uma outra preocupação: os assaltos. O Brasil é o sexto país do mundo que mais registra roubos de mercadorias em estradas. Os dados são de uma pesquisa realizada pelo Joint Cargo Committee, comissão de transporte do Reino Unido que mapeou a segurança das estradas de 57 países. O levantamento constatou que o número de ocorrências dessa natureza no Brasil é parecido com o de países em situação de guerra, como a Síria, a Líbia e o Afeganistão.
A estrada definitivamente não é um lugar seguro para o trabalhador. A violência deixou de ser um problema exclusivo das grandes cidades brasileiras e atingiu as rodovias de todo o país. Entre 2011 e 2016, o número de roubos de cargas subiu 86% no território nacional. O dado é de uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
São Paulo e Rio de Janeiro são líderes em número de ocorrências. Isso pode ser explicado pela grande circulação de mercadorias nas regiões e pela densidade populacional desses estados. Os produtos mais vulneráveis a roubos são os de maior valor. Eletroeletrônicos, produtos metalúrgicos, produtos farmacêuticos, alimentos, bebidas e cigarros são alguns dos itens mais visados.
Perigo no dia a dia
Os números nem sempre conseguem expressar a realidade de quem corre esse tipo de perigo no cotidiano. Os motoristas vivem em constante tensão e com medo de abordagens que coloquem suas vidas em risco. Parece que não, mas a insegurança também é um problema relacionado às condições de trabalho. O funcionário não se coloca nessas situações por vontade própria, mas porque está cumprindo obrigações direcionadas pelo empregador.
Acabar com os roubos de mercadorias nas estradas do país não é tarefa fácil. Para as ações serem efetivas é necessário um trabalho conjunto dos órgãos responsáveis pelo monitoramento e pela fiscalização das rodovias. Mas o patrão pode fazer a sua parte garantindo o máximo de segurança possível a seu funcionário.
Para o presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar), João Batista da Silva, o empregador deve garantir as orientações de segurança aos empregados. “A empresa deve aconselhar os motoristas a seguirem algumas dicas para evitar as ocorrências, como não parar em lugares isolados e evitar contar para as pessoas sobre a natureza da carga. Se mesmo assim o roubo acontecer, o patrão deve prestar toda a assistência necessária ao trabalhador”, afirma.
Fonte: Fetropar