Na experiência de 27% dos idosos, a preferência para sentar no transporte coletivo nunca é respeitada no Brasil. Os números são de uma pesquisa que integra a série Ao seu tempo, do Datafolha, que analisa a qualidade de vida da população com mais de 60 anos sob vários aspectos.

O levantamento foi feito com base nas respostas de 848 pessoas pertencentes ao segmento. Para o presidente da Fetropar, João Batista da Silva, o resultado mostra que ainda há um longo caminho a ser percorrido quanto à conscientização dos passageiros. “O governo precisa encontrar uma maneira de dialogar com a sociedade sobre a preferência dos mais velhos. É evidente que apenas destacar os bancos em uma cor diferente não é o suficiente”, comenta.

Em alguns estados, medidas para conscientizar a população sobre a importância de se respeitar o assento preferencial já vêm sendo adotadas. No Distrito Federal, uma lei sancionada em 2017 transforma todos os bancos de ônibus e metrôs em preferenciais. Projetos semelhantes tramitam no Paraná, em Santa Catarina e em São Paulo.

Idosos são a segunda maior população no transporte coletivo

A pesquisa do Datafolha também mostrou que 51% das pessoas com mais de 60 anos utilizam transporte público diariamente. É a segunda faixa etária com maior representatividade nos coletivos, perdendo apenas para os jovens de 16 a 24 anos – 55% dos integrantes desse grupo se locomovem usando ônibus, metrô ou trem.

O expressivo número de idosos nos coletivos exige que novas políticas públicas sejam criadas para tornar os veículos mais confortáveis e acessíveis para o grupo. Além da educação da população quanto à preferência para entrar e sentar nos coletivos, é preciso pensar em infraestrutura para esses cidadãos em terminais, estações e plataformas.

Para João Batista, é fundamental que os governantes modernizem o sistema para atender os idosos da melhor maneira possível. “Há outros pontos a serem discutidos, como a gratuidade da passagem para esse grupo, por exemplo. Os idosos precisam ter seus direitos de locomoção devidamente respeitados. São pessoas que já contribuíram a vida toda e, agora, têm direito a um transporte acessível e de qualidade”, salienta.

Fonte: Fetropar