Os debates dos parlamentares em Plenário indicam o “distritão” como a maior polêmica da proposta que altera a mudança no sistema eleitoral do Legislativo e cria um fundo público para custeio de campanhas (PEC 77/03).

O “distritão” é como está sendo chamada a aplicação do sistema majoritário para eleição de deputados e vereadores na próxima eleição. Pela proposta, em 2018 e em 2020 serão eleitos os deputados e vereadores mais votados em cada estado ou cidade, a exemplo do que já ocorre na eleição de senadores e cargos para o Executivo.

O modelo seria a transição para o sistema distrital misto, a partir de 2022, em que metade das vagas vai para candidatos mais votados e as demais para os partidos, de acordo com lista preordenada.

Hoje, deputados e vereadores são eleitos pelo sistema proporcional, em que as cadeiras das câmaras e assembleias são divididas de acordo com o desempenho nas urnas do partido ou coligação.

Debate
O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) é um dos defensores da proposta que, na sua avalição, simplifica o pleito. “No interior do País, o eleitor não entende a matemática da eleição. Não entende a soma da coligação, o puxador de voto e como um deputado com menos votos é eleito”, disse.

Para o deputado João Rodrigues (PSD-SC), o “distritão” é uma oportunidade. “Estamos dando para o eleitor brasileiro a oportunidade de votar de acordo com a sua vontade: os deputados mais votados serão encaminhados aqui para o Parlamento”, afirmou.

O deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) disse que o “distritão” privilegia personalidades em vez de partidos. “O distritão é a negação da política, a negação dos partidos, a fulanização da política”, disse.

Para o deputado Vinicius Carvalho (PRB-SP), o modelo proposto para a próxima eleição vai beneficiar apenas os caciques partidários. “Quem se deixar levar pelos líderes, saibam que os líderes não estão pensando em vocês, mas neles. Querem diminuir o número de candidatos, aumentar o fundo, para que possam continuar se perpetuando no poder”, declarou.

Vinicius Carvalho lembrou que o modelo proposto é utilizado em ilhas e na Jordânia.

Fonte: Agência Câmara Notícias