A profissão do motorista de caminhão sempre esteve cercada de romantismo. A ela associava-se a ideia de viajar e explorar diversas estradas pelo Brasil afora. A liberdade para ir e vir sempre foi o sonho de muitas pessoas. Em algumas situações, a profissão era herdada do pai ou do avô. Com esse imaginário, alguns jovens das décadas de 1970 e 1980 abandonaram os estudos e se arriscaram na profissão de caminhoneiro.
No passado, exercer essa profissão era muito mais fácil. É o que os motoristas mais velhos relatam. Em muitos casos, as transportadoras exigiam apenas a Carteira de Habilitação do motorista e uma condução responsável.
A hereditariedade da profissão passou a ser deixada de lado. As pesquisas recentes revelam que, nos últimos três anos, a presença de profissionais com mais de 55 anos de idade triplicou. Hoje, estima-se que eles representam 10% do mercado. Um estudo realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), sobre o Perfil dos Caminhoneiros de 2016, por exemplo, revela que a média de idade dos motoristas é de 44,3 anos.
No entanto as condições de trabalho que envolvem a atividade têm afastado os novos profissionais. O risco de assaltos e roubos, acidentes e ainda os problemas de saúde relacionados à profissão são frequentes. Apesar disso, cerca de 2 milhões de motoristas profissionais permanecem na atividade.
Diante dessa realidade, é imprescindível que o motorista de caminhão adote cuidados diários. É o que explica o presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar), João Batista da Silva.
“Diversos estudos já revelaram as péssimas condições ocupacionais dos transportes de cargas e os prejuízos trazidos à saúde por causa da pressão por entrega de cargas em um prazo muito apertado”, avalia.
Tudo isso se reflete no dia a dia dos profissionais, porque há pouco tempo para a prática de atividades físicas e a alimentação geralmente é inadequada, causando sobrepeso e hipertensão.
Por isso, João Batista explica que a realização de pesquisas com a categoria é fundamental para o diagnóstico das principais necessidades dos trabalhadores, conhecer seus hábitos e principais problemas para, então, buscar soluções.
Fonte: Fetropar