Após discursar em defesa da medida provisória de criação do Ministério da Segurança Pública, Michel Temer afirmou em entrevista à mídia nesta terça-feira 27 que possíveis novas intervenções devem ser debatidas em uma reunião com os governadores prevista para a quinta-feira 1º.
Segundo Temer, a nova pasta será a responsável por analisar eventuais novos pedidos de intervenção. “Convidei os senhores governadores de estado, junto com o ministro Raul Jungmann, para fazermos uma reunião na quinta-feira. Vamos começar a tratar dessa questão dos estados. Pontualmente, vamos verificando caso a caso.”
Questionado se a criação do ministério poderia ter algum impacto no andamento da Lava Jato, Temer se irritou. “Parem de perguntar isso. Isso (Lava-Jato) vem sendo continuamente levado adiante. Não há um movimento sequer com vistas à interrupção”, afirmou.
Mais cedo, Temer havia discursado sobre o novo ministério. Ele afirmou que o governo federal não atuará apenas no Rio, pois a ajuda federal é uma solicitação de diversos governadores em todos o país.
Ele declarou ainda que a intervenção no estado é “democrática” e “civil”, embora o interventor escolhido, o general Walter Souza Braga Netto, seja um militar. “É uma intervenção civil, que enaltece o diálogo e despreza o autoritarismo”, afirmou.
Também nesta terça-feira 27, o interventor federal no Rio de Janeiro afirmou em sua primeira entrevista coletiva à imprensa que o estado “é um laboratório para o Brasil”. Braga Netto fez o comentário ao ser questionado sobre as medidas de integração de inteligência de órgãos públicos que estão sendo realizadas e estudadas. Segundo o general, “não cabe” a ele dizer se o modelo desenvolvido no laboratório deverá ser estendido a outros estados.
Fonte: Carta Capital