Histórias e causos de motoristas que escaparam da morte é o que não faltam para quem trabalha dirigindo veículos de carga ou transportando passageiros. No país, são 47 mil mortes no trânsito por ano e outras 400 mil pessoas que sobrevivem com algum tipo de sequela, segundo informações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Dados da Previdência Social apontam que motoristas de caminhão são os que mais morrem nas estradas. Nos últimos cinco anos, 2.780 trabalhadores faleceram e outros 5.400 se acidentaram com sequelas permanentes.
No caso de veículos de transporte de passageiros, um anuário de 2014 da Previdência Social mostrou que só naquele ano ocorreram cerca de 7.765 acidentes envolvendo transportes coletivos e 137 ocorrências de doenças ocupacionais com os condutores dos veículos. Ainda de acordo com o levantamento, 21 trabalhadores foram vítimas de acidentes com ônibus ou dentro dos ônibus.
Dia para reverter estatísticas negativas e combater as causas
Hoje (28), Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, é uma ótima oportunidade de entender e enfrentar os desafios para evitar que as estatísticas do setor continuem aumentando.
Entre algumas das principais causas dos acidentes nas estradas estão o sono e a velocidade. Muitas vezes, o motorista profissional não tem escolha, para cumprir com a jornada e os prazos apertados impostos pelas empresas, precisa se submeter a dirigir cansado, por horas seguidas, além de sofrer pressão para andar rápido, ultrapassando o limite de velocidade.
Para o presidente do Sinttrol, João Batista da Silva, há ainda as condições das rodovias do país, que são ruins e precisam de melhorias. “As empresas devem desenvolver uma relação mais humana com os trabalhadores, respeitar os limites de horas de trabalho e buscar melhorar as condições da profissão”, destaca.
Apesar dos índices negativos, o sindicato tem lutado para garantir a proteção dos trabalhadores, com a produção de informações sobre temas diversos relacionados à categoria e participando de reuniões e mobilizações importantes do setor.
Data histórica
Em 1969, depois de uma explosão em uma mina na cidade de Farmington, nos Estados Unidos, 78 trabalhadores morreram. Por conta disso, a Organização Mundial do Trabalho (OIT), desde 2003, instituiu este dia para fazer reflexões sobre a segurança e a saúde no trabalho. No Brasil, a data foi reconhecida oficialmente em 2005, por meio da Lei 11.121/2005.
Fonte: Sinttrol