Acidentes de trânsito são considerados um dos principais problemas de saúde pública no Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O motorista diabético tem maiores chances de se envolver em um acidente, pois os medicamentos utilizados diariamente no tratamento da doença podem afetar negativamente a capacidade de condução segura do veículo.

Apesar de quem convive com a doença não encontrar grandes barreiras à aquisição da Carteira de Habilitação Nacional (CNH), é importante lembrar que episódios de hipoglicemia, quando ocorrem dentro de um carro, podem ter consequências catastróficas.

Portadores de diabetes medicados com insulina e, ocasionalmente, portadores de diabetes tipo 2 tratados com comprimidos orais que estimulam a produção de insulina podem apresentar reações de hipoglicemia. Segundo avaliação de especialistas, o grande risco para a segurança no trânsito resulta da possibilidade da ocorrência de hipoglicemia em diabéticos que fazem uso de insulina.

A hipoglicemia pode acarretar desde taquicardia, tremores, aumento da agressividade, sudorese, náuseas, tonturas e falhas de atenção. Prejuízos na direção veicular, como ultrapassagem de faixas contínuas, acelerações e freadas indevidas já são identificados mesmo em pessoas com hipoglicemias leves. Apenas um terço dessas pessoas trataram sua hipoglicemia ou pararam de dirigir, segundo a Associação Brasileira Medicina de Tráfego (Abramet).

O presidente do Sinttrol, João Batista da Silva, avalia que muitos motoristas demonstram cautela na direção, evitando excessos de jornada, porém pela pressão dos patrões em busca de maior produtividade, acabam dirigindo em situações adversas.

Medicina avançada e recomendações aos motoristas

Já existe o automonitoramento da glicemia capilar com aparelhos precisos, que permite ao diabético controlar os seus níveis de glicemia para conduzir veículos com segurança.

A orientação aos motoristas com diabetes tipo 1 é a de realizar testes de glicemia capilar com uma hora de antecedência do início do trabalho e aproximadamente quatro horas após direção constante. Esses motoristas devem ser orientados a carregar permanentemente porções de açúcar em local de fácil acesso no interior do veículo. Além disso, devem evitar dirigir quando houver introdução ou modificação de doses dos medicamentos de hipoglicemia e realizar exames oftalmológicos pelo menos uma vez por ano.

Fonte: Sinttrol