O trânsito nas cidades brasileiras é um indicativo das condições de trabalho dos motofretistas. Com estruturas precárias e vias que muitas vezes nem foram pensadas para esses motoristas, aqueles que têm a motocicleta como veículo e forma de sustento encontram diversos perigos ao longo do dia.
O cotidiano desses trabalhadores não é fácil. Trânsito caótico, engarrafamentos e falta de paciência dos outros motoristas são alguns dos obstáculos enfrentados todos os dias. Juntando todos esses problemas, a vida do motofretista é que fica em risco.
Os curtos prazos de entrega que precisam ser cumpridos pelos trabalhadores é outra situação agravante das condições de trabalho. Com a obrigação de respeitar os horários determinados – mesmo que sejam praticamente inatingíveis –, a alternativa que os motofretistas encontram é correr contra o relógio nas precárias vias brasileiras.
A pressão sofrida pelos motofretistas se reflete nos índices de acidentes da categoria. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o Brasil registra 12 mil mortes por acidente de moto a cada ano. Entre 2004 e 2014, o número de mortes provocadas por acidentes de motocicletas aumentou em 280%.
No entanto, para o presidente da Fetropar, João Batista da Silva, essa realidade pode ser mudada. “O ponto fundamental é que o patrão não pode estabelecer prazos de entrega impossíveis de serem cumpridos. Se algum trabalhador estiver sendo forçado a não cumprir as regras de trânsito, deve procurar imediatamente o sindicato que o representa e fazer uma denúncia, para que medidas judiciais sejam tomadas”, declara.
Existem tentativas de reduzir o número de acidentes e os índices de morte no trânsito. Para a diretoria da Fetropar, a conscientização dos patrões é uma das principais ferramentas para mudar essa situação. “Durante o cotidiano, atitudes básicas por parte dos empregadores, como o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados, por exemplo, pode evitar que muitas vidas sejam perdidas”, finaliza João Batista.
Fonte: Fetropar