Para dar continuidade às negociações salariais, o Sindeesmat realizou, em 8 de fevereiro, assembleia geral extraordinária com a categoria. Durante o encontro, os trabalhadores discutiram o reajuste salarial e as propostas que serão debatidas na mesa de negociações com o setor patronal.

O Sindeesmat, que possui data-base em 1 de fevereiro, não obteve, junto aos empresários, a garantia de que o reajuste seria mantido para essa data. Para que os trabalhadores não fossem prejudicados, o departamento jurídico entrou com um protesto judicial, que garantiu a data-base.

Hoje, mesmo que as negociações sejam fechadas no início de março – ou ainda em fevereiro –, todos os direitos serão garantidos aos trabalhadores.

Reivindicações

A pauta de reivindicações já tinha sido apresentada ao setor patronal. Entretanto os empresários alegaram que, diante das mudanças na Urbanização de Curitiba S.A (Urbs), todas as categorias ligadas ao transporte estariam sendo afetadas.

De acordo com o presidente do Sindeesmat, Agisberto Rodrigues Ferreira Junior, o Sindicato está buscando soluções para que os trabalhadores consigam avanços relacionados às cláusulas econômicas e sociais.

A categoria reivindica o reajuste mínimo conforme o Índice de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado nos últimos doze meses, que é de 5,43%, mais aumento real.

Um dos fatores que podem ser um empecilho para as negociações é um Contrato de Concessão entre a Urbs e o setor patronal, que coloca as correções salariais limitadas ao INPC/IBGE.

“O Sindicato está atuando e estamos tentando resolver o assunto da data-base de forma administrativa. No entanto as empresas alegam que o equilíbrio financeiro nos últimos meses está bastante precário”, explicou.

Demissões

As demissões dos trabalhadores, no último período, têm sido uma realidade constante para os trabalhadores do setor de transportes. No ano passado, somente na categoria representada pelo Sindeesmat, foram 529 homologações realizadas junto ao departamento jurídico. Isso significa que todos esses trabalhadores estavam há um ano ou mais nas empresas.

É por isso que os empresários pretendem mexer no anuênio dos trabalhadores de transportes. A cada um ano, o funcionário tem direito a 2% de aumento salarial. Por isso, as demissões têm atingido, principalmente, os trabalhadores que estão há bastante tempo nas empresas.

Diante desse cenário, a advogada do Sindicato Lúcia Maria Beloni Corrêa Dias explicou que o Sindicato irá debater o anuênio junto ao setor patronal, pois é preciso assegurar que os trabalhadores mais velhos também permaneçam nos empregos.

O mecânico Alloes Rocha explicou que uma prática comum nas empresas é a substituição dos funcionários mais antigos, que têm o anuênio, pela contratação de trabalhadores que não estão qualificados, mas para quem os salários serão mais baixos.

“Tem empresa que está demitindo a maioria do pessoal mais antigo e contratando novos funcionários que não têm qualificação para substituir os que foram demitidos”, comentou.

Para os trabalhadores representados pelo Sindeesmat a manutenção do anuênio, sem demissões, e o reajuste salarial é o que precisa ser garantido.

Fonte: Sindeesmat