O ruído é um dos agentes físicos mais comuns no ambiente de trabalho, sendo hoje, um dos principais problemas identificados na área industrial, nos meios de transporte e no convívio social. Pesquisa do Ministério Público (MP) revelou que 45% dos aproximadamente 15 mil motoristas e cobradores de ônibus de Brasília apresentam perda auditiva por causa do barulho do motor, uma vez que este se encontra ao lado do motorista em 98% dos ônibus da cidade.

Recentemente, a exemplo do Distrito Federal, outras capitais criaram projetos de lei que proíbem os ônibus a ter o motor dianteiro – pelo prejuízo que causa à saúde dos trabalhadores.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os ruídos são a terceira principal causa de poluição no mundo. A entidade registrou um aumento de 15% de surdez entre a população. Segundo ela, um barulho de 70 decibéis não chega a ser agradável para o ouvido humano – e, acima de 85, começa a danificar o mecanismo auditivo.

A perda de audição induzida pelo ruído é causada por exposição do indivíduo a atividade exercida sob Nível de Pressão Sonora (NPS) acima de 85 dB, oito horas por dia, regularmente, instalando-se em geral nos primeiros cinco anos.

Esta exposição frequente danifica a audição. No Brasil, a Norma Regulamentadora (NR) 15 determina que trabalhadores expostos a 85 dB ou mais de ruídos devem usar de maneira indispensável o protetor auricular como Equipamento de Proteção Individua (EPI). A NR prevê, ainda, que as atividades que exponham os trabalhadores a níveis de ruído, contínuo ou iminente, superiores a 115 dB sem proteção adequada oferecerão risco grave e iminente.

Para o presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar), João Batista da Silva, “o barulho excessivo é um problema frequente na vida do motorista. As empresas devem sempre oferecer o EPI para garantir a saúde do trabalhador. O ideal seria a troca dos veículos por outros sem o motor dianteiro”.

A poluição sonora é responsável também por outras condições, como distúrbios de sono, estresse, aumento da frequência cardíaca, pressão alta, distúrbios digestivos e dores de cabeça. Por isso é necessário que os motoristas usem o protetor auricular para promover o conforto auditivo e evitar estes tipos de transtorno.

As empresas são obrigadas a fornecer aos empregados os EPIs gratuitamente, e estes devem ser adequados ao risco e estar em perfeito estado de conservação e funcionamento.

Fonte: Fetropar