Buzinas, freadas, sirenes e motores – o barulho do trânsito faz parte da rotina do rodoviário. Os ruídos incomodam, mas acabam se tornando hábito, eventualmente. O que pouca gente sabe é que a exposição diária aos sons urbanos pode ter consequências graves para a audição dos trabalhadores.
Ironicamente, os danos causados pela chamada poluição sonora são silenciosos – não apresentam sintomas até que já estejam em estágio avançado. As principais consequências são a redução ou perda total da capacidade de escutar. Geralmente, esses problemas são progressivos, ou seja, vão piorando com o tempo até que se tornem irreversíveis e, justamente por isso, não são facilmente perceptíveis.
A surdez parcial ou total é uma condição que muda toda a dinâmica de vida do trabalhador e, além disso, pode incapacitá-lo para sua função.
Na opinião do presidente da Fetropar, João Batista da Silva, a perda auditiva dos trabalhadores deveria ser uma preocupação para os empregadores. “Esse é um problema sobre o qual muitas vezes não há diálogo ou conscientização. Não é incomum que o trabalhador nem tenha conhecimento sobre o risco que está correndo”, afirma.
Prevenindo danos
A adoção de protetores auriculares seria a solução mais efetiva para reduzir os danos causados à audição dos rodoviários. Entretanto, o equipamento não é utilizado porque poderia impedir o motorista de ouvir sinais sonoros importantes para evitar acidentes.
A inviabilidade do uso de itens de proteção torna a redução de jornada fundamental. É imprescindível que os trabalhadores do segmento tenham cargas horárias menores que outros setores da sociedade para que fiquem expostos aos riscos pelo menor tempo possível.
A empresa também precisa proporcionar veículos modernos e levá-los para manutenções frequentes. Ônibus e caminhões em boas condições emitem menos ruídos, o que já faz uma grande diferença na saúde dos rodoviários.
Além disso, é importante que os exames médicos de admissão e dispensa envolvam uma audiometria, teste que mede a qualidade da audição do trabalhador. Dessa forma, é possível metrificar eventuais danos e, se for o caso, pleitear indenizações.
Por fim, a categoria precisa passar regularmente pela avaliação de um especialista. O otorrinolaringologista é o médico responsável por avaliar a saúde dos ouvidos. É possível obter um encaminhamento para a consulta no Sistema Único de Saúde (SUS). Trabalhadores que sejam sindicalizados também podem procurar a entidade que os representa e conferir a oferta de convênios médicos.
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Fonte: Fetropar