A diminuição na produtividade, a falta de interesse e a desmotivação no trabalho podem ser resultados de repetidas humilhações. Muitas vezes, a aparência física do trabalhador é um dos motivos para que ele sofra assédio moral enquanto desempenha atividades profissionais.

É o caso, por exemplo, dos empregados que sofrem com sobrepeso ou obesidade. Eles se tornam, frequentemente, motivo de zombaria para os superiores ou demais colegas de trabalho.

O problema é que, na maioria das vezes, o assédio não fica claro. Não se trata somente de uma ameaça ou de uma agressão verbal, mas sim de uma conduta repetitiva e persistente por parte do assediador. A intenção é prejudicar, diretamente, o trabalhador.

Em alguns ambientes de trabalho, as brincadeiras de mau gosto são mais frequentes com os gordinhos. Nascem, então, os mais variados apelidos.

Essas práticas de constrangimento e menosprezo com os colegas de profissão passaram a ser caracterizadas como bullying.

Segundo o presidente do Sindeesmat, Agisberto Rodrigues Ferreira Junior, o bullying é uma afirmação de poder por meio da agressão. Ele é feito de forma repetitiva e intencional, o que ocasiona dor e angústia ao trabalhador.

“O empregado tem a autoestima diminuída e se sente cada vez mais fragilizado diante dos ataques. Muitas vezes, torna-se difícil perceber essa agressão, porque ela vem disfarçada de ‘brincadeiras’”, avalia.

Estar acima do peso quase sempre significa ser visto com maus olhos perante a sociedade. Em algumas situações, os funcionários sentem esse drama na pele quando passam a ser tratados de maneira “diferenciada” perante os chefes.

O presidente do Sindeesmat explica que as pessoas mais obesas são, geralmente, rejeitadas no mercado de trabalho. No entanto, a obesidade, como condição em si, não faz com que o trabalhador se torne inválido ou deficiente.

“Por outro lado, quando a pessoa é impedida de participar, em condições de igualdade, da vida social e profissional, começa, consequentemente, a ser deixada à margem da sociedade”, destaca.

Para o presidente do Sindicato, as empresas precisam adotar políticas claras anti-bullying contra os mais variados tipos de ofensas, sejam essas físicas ou psicológicas. Ele considera, ainda, que é preciso diferenciar a brincadeira saudável do próprio bullying.

Caso o trabalhador se sinta constrangido ou humilhado no ambiente de trabalho, ele pode denunciar o caso para a assessoria jurídica do Sindeesmat.

Fonte: Sindeesmat