Não faltam elementos na rotina das empresas que aumentam a níveis de estresse do trabalhador. A pressão por produtividade, as metas quase inatingíveis e as más condições de trabalho são alguns dos fatores responsáveis por provocar um verdadeiro desgaste emocional generalizado. Você já parou para pensar em como esse problema pode afetar a sua saúde?
As consequências dos altos níveis de estresse para a vida do trabalhador são tantas que o tema se tornou frequente em orientações e pesquisas de entidades ligadas ao tema. A equipe brasileira da International Stress Management Association, grupo que mapeia os níveis de estresse no Brasil, convidou mil profissionais para uma pesquisa e identificou que 72% deles sofriam com estresse, sendo que 30% apresentavam a Síndrome de Burnout.
Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, ela se caracteriza por um estado físico e mental de cansaço extremo gerado pelo trabalho. Os sintomas físicos envolvem a alteração do apetite, a insônia, dores musculares e fadiga excessiva. Além disso, o trabalhador que desenvolve a síndrome convive com o sentimento de fracasso, insegurança, desesperança e incompetência que pode levar a tentativas de suicídio.
Especialistas em saúde do trabalhador apontam que a falta de reconhecimento é um dos principais fatores que levam ao desenvolvimento dos distúrbios ligados ao trabalho. Em outras palavras, o trabalhador se dedica anos à empresa, enfrenta todo o estresse da rotina e, quando é a vez do patrão retribuir essa dedicação, o reconhecimento simplesmente não vem.
Por esses motivos, o cansaço crônico não pode ser visto como um problema particular do trabalhador. Trata-se do reflexo de uma condição que está desafiando os limites do empregado e que, por isso, precisa ser reformulado.
O respeito à legislação trabalhista e o desenvolvimento de políticas de promoção do bem-estar no ambiente de trabalho são tarefas básicas para as empresas que realmente se preocupam com os trabalhadores.
Para o presidente do Sinttrol, João Batista da Silva, os cuidados com a saúde do trabalhador envolvem também a saúde mental. “Preservar a integridade dos empregados vai muito além de garantir o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Quando o lado emocional do trabalhador não estiver equilibrado, ele não está bem da saúde. É dever dos empregadores prestar atenção nesse aspecto”, destaca.
Fonte: Sinttrol