O Brasil passa por uma situação de estagnação econômica, desacertos na política e confusão fiscal. Quem paga por tudo isso são os trabalhadores do chão de fábrica, da construção civil, os motoristas e os cobradores de ônibus, enfim, gente que sua a camisa diariamente para garantir o próprio sustento e o da família. São esses os primeiros a serem demitidos.
O número de desempregados, por exemplo, já ultrapassa a casa dos 11 milhões. Somado a isso, estão as propostas do governo de Michel Temer, que trarão medidas que roubam direitos dos trabalhadores. A flexibilização da jornada de trabalho, a terceirização de qualquer tipo de atividade, a prevalência do negociado sobre o legislado, a reforma da Previdência e o congelamento dos editais para servidores públicos são algumas medidas que interessam ao novo governo.
Diante desse cenário, são os sindicatos que trabalham dobrado para lidar com o índice alto de homologações e o enfraquecimento da coletividade. Afinal, em um cenário de desemprego, o trabalhador se vê, muitas vezes, obrigado a se sujeitar às lógicas do mercado. Trabalha mais e recebe menos.
É necessário entender, no entanto, que somente a saída coletiva permite a superação da crise e a luta pela manutenção dos direitos trabalhistas, conquistados a duras penas pelos trabalhadores.
Como a crise prejudica?
Quando é o momento de realizar as negociações, o cenário de crise política e econômica tem dificultado os acordos com relação à reposição da inflação e a eventuais ganhos reais na hora de negociar os reajustes. Nesses momentos, os representantes patronais utilizam a crise como argumento para tentar barrar os reajustes salariais.
Os brasileiros também adotam medidas mais duras para lidar com as dívidas. Muitos deles mudam de residência para reduzir os custos com habitação. Outros, passam o filho da escola particular para a pública ou deixam de ter plano de saúde, enquanto uma grande parte passa a usar o serviço de transporte público.
O presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar), João Batista da Silva, explica que a crise econômica tem feito as pessoas utilizarem, cada vez mais, os serviços públicos, sejam esses de transporte, educação ou saúde.
“Se há demanda de serviços públicos, esses precisam de investimentos para que possam atender às necessidades de toda a população. O que não se pode aceitar é que, sob o argumento de que o país enfrenta crise, os direitos dos trabalhadores sejam retirados. Por isso, é necessário conscientização sobre o atual momento político do país”, avalia.
Fonte: Fetropar