Logo no início da vida, aprendemos a interpretar nossos sentidos e aprimoramos as percepções sobre o que nos rodeia. Aparentemente simples, a capacidade de prever as distâncias, saber quais movimentos fazer e interpretar o contato com as superfícies exige o trabalho de alguns órgãos e sistemas do corpo humano. Os principais são o labirinto (responsável pela orientação), os olhos, a pele, os músculos e as articulações.

Mas algumas situações afetam o funcionamento desses órgãos e provocam o descompasso entre o que o corpo sente e o que o sistema nervoso interpreta, resultando em desorientação espacial – em outras palavras, a tontura. O exemplo mais comum disso é a pessoa que, depois de girar muitas vezes, não consegue parar em pé.

A explicação está no labirinto, uma estrutura do ouvido interno que repassa ao sistema nervoso central as informações sobre o ambiente e garante a estabilidade da pessoa. Essa estrutura é composta por canais que armazenam a linfa, líquido produzido pelo sistema linfático. Quando o corpo é submetido a movimentos bruscos ou instáveis, esse fluido se desloca, provocando a desorientação.

Como são órgãos e sistemas muito sensíveis, trabalhadores de algumas categorias estão sujeitos a essa sensação e isso deve ser motivo de preocupação para os motoristas rodoviários. Em uma desaceleração brusca, por exemplo, os sentidos do condutor podem ser afetados, o que dificulta a tomada de decisões. A possibilidade de sofrer com a desorientação pode estar em movimentos mais simples, como o balanço do veículo. Dependendo da intensidade, o condutor pode ter a visão, a audição e a concentração alteradas.

A direção noturna também é uma agravante. A baixa visibilidade pode levar o motorista a confundir pontos de referência e a menosprezar a distância e a velocidade de outros veículos. Algumas precauções podem ser tomadas para evitar acidentes, redobrar o cuidado em curvas e declives acentuados e não dirigir sob névoa ou neblina intensas são algumas delas.

Para o presidente da Fetropar, João Batista da Silva, é importante o motorista conhecer o funcionamento do organismo para evitar situações que coloquem sua vida e a de outros em risco nas estradas. “Toda informação sobre o corpo e seus limites são cruciais para a saúde e a segurança do trabalhador. Mas não podemos esquecer que orientações desse tipo também podem ser repassadas pelas empresas”, comenta.

Fonte: Fetropar