Na abertura do Curso de Gestão Sindical e Oratória, promovido pela Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar), o professor e advogado Geraldo Santana destacou os aspectos que envolveram a conquista dos direitos trabalhistas, ao longo dos anos, e de como aparecem no dia a dia do movimento sindical.

O curso, realizado em parceria com o Centro Nacional de Estudos Sindicais e do Trabalho (CES) e o Instituto São Cristóvão (ISC), promove a formação dos dirigentes sindicais e tem a finalidade de proporcionar melhorias na comunicação com os trabalhadores que estão na base.

O professor ressaltou o próprio papel da comunicação como um fator essencial para fazer essa aproximação, embora muitas entidades sindicais, na opinião do especialista, ainda não compreendam a sua relevância.

Opinião dos dirigentes

“A bala mais perigosa não é a que mata, é a que adoça”, comentou Santana. Diante do cenário de possíveis perdas de direitos trabalhistas e de projetos políticos que preveem a supremacia das negociações coletivas sobre a própria legislação – sob o pretexto de fortalecer o movimento sindical –, as lideranças sindicais precisam estar atentas.

Para o presidente do Sindicato dos Motoristas Condutores de Veículos Rodoviários e Trabalhadores em Empresas de Transportes de Cargas, Passageiros Urbanos, Motoristas, Cobradores de Linhas Intermunicipal, Interestadual e de Turismo e Anexos de Maringá (Sintromar), Ronaldo José da Silva, o primeiro dia do encontro serviu para despertar os sindicatos sobre alguns assuntos.

“Quando o professor fala da bala que mata e da bala que adoça, quer dizer que a bala que adoça o trabalhador não percebe. O patrão envolve-o e consegue colocar o próprio trabalhador contra a entidade que o representa. Portanto, cabe ao dirigente informar os trabalhadores para que eles lutem junto com o Sindicato”, afirmou.

Para o vice-presidente do Sindicato dos Empregados de Empresas de Transportes de Passageiros Intermunicipal, Interestadual e de Turismo de Cascavel (Sinetrapitel), João Carlos Passarin, a qualificação é importante, por isso a importância de participar do curso.

“Eu vejo isso como uma conscientização do dirigente sindical. Hoje, o dirigente tem que ter formação para poder transmitir essas novas modificações que acontecem no país, com o intuito de informar o trabalhador sobre as consequências do que vem acontecendo”, avaliou.

Para o presidente da Fetropar, João Batista da Silva, o primeiro dia de aula foi proveitoso, no sentido de que ofereceu apontamentos sobre a atuação sindical.

“A palestra mostrou que há coisas que a gente esquece que tem que fazer. O professor fez uma espécie de convite à autocrítica, para avaliarmos e fazermos uma reflexão sobre o andamento do próprio sindicato”, analisou.

Fonte: Fetropar