Uma preocupação recorrente para motoristas de caminhão é a possibilidade de se tombar o veículo. Não é para menos – uma pesquisa do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran RS) mostrou que os tombamentos representaram quase 6% dos acidentes envolvendo o segmento no estado entre 2010 e 2014.
Esse tipo de incidente não é inevitável. O Instituto São Cristóvão separou algumas dicas imperdíveis para prevenir o tombamento da sua carga e dirigir com mais tranquilidade e segurança. Confira e compartilhe com os colegas!
Controlar a velocidade nas curvas é fundamental
O motivo pelo qual tombamentos acontecem está em uma disciplina que aprendemos na escola: a física. Basicamente, duas variáveis influenciam esse tipo de acidente: a primeira delas é a aceleração lateral, uma propriedade que, na prática, é a inclinação a que os corpos dos ocupantes de um caminhão estão submetidos quando o veículo faz uma curva – aquele “empurrão” que o motorista sente na direção para a qual está virando o volante; a segunda é a gravidade, a força máxima que um automóvel aguenta quando está sofrendo influência da aceleração lateral, que, no caso dos caminhões, é muito pequena por conta do peso das cargas. Quanto maior a velocidade do veículo, maior a gravidade.
Toda essa explicação serve para ilustrar que o segredo básico para se evitar derrapagens e instabilidades é um só: tirar o pé do acelerador e respeitar os limites de velocidade. A pressa é a melhor amiga do tombamento!
Cargas diferentes, cuidados diferentes
Evitar tombamentos ao transportar cargas líquidas exige atenção redobrada. Quando o tanque não está com sua capacidade máxima preenchida, os fluidos transportados se movem de um lado para o outro durante curvas. Isso pode afetar a estabilidade do caminhão. Por isso, cada manobra deve ser feita com muito mais cautela nesse caso.
O mesmo fenômeno acontece com cargas vivas ou penduradas. Nessa situação, é ainda mais importante reduzir a velocidade e se concentrar ao máximo a cada curva.
Caminhões gigantes exigem cuidado proporcional
Quem conduz unidades tratoras com vários reboques – como carretas duplas e treminhões, por exemplo – precisa ter ainda mais perícia e destreza para fugir dos tombamentos. Isso porque há um fenômeno chamado de amplificação traseira, popularmente conhecido como efeito chicote, que consiste na instabilidade dos últimos compartimentos do veículo no momento da curva. A intensidade do evento depende do peso da carga do caminhão.
Para evitar que os últimos repartimentos fiquem desgovernados e tombem o veículo, é fundamental fazer o possível para dividir o peso da carga transportada de forma igualitária entre os compartimentos e se certificar de que todos eles já passaram pela curva antes de aumentar a velocidade.
Para o presidente do Instituto São Cristóvão, João Batista da Silva, é importante notar que todas as dicas giram em torno de um único fator: a atenção. “Respeitando os limites nas rodovias, se mantendo concentrado e aplicando estratégias de direção defensiva, o motorista profissional tem chances muito maiores de chegar ao seu destino sem ter que enfrentar um tombamento”, comenta.
Fonte: Instituto São Cristóvão