Gina Mardones/Grupo Folha

O dia 14 de junho foi um marco na luta contra a Reforma da Previdência e em defesa da aposentadoria. Convocada por centrais sindicais, a Greve Geral parou o país e mobilizou mais de 45 milhões de trabalhadores em pelo menos 300 cidades brasileiras.

Trabalhadores de várias categorias – incluindo rodoviários – deixaram claro que não aceitarão a destruição das aposentadorias.

Categoria paralisa atividades

Assim que tomou conhecimento sobre a decisão da categoria de aderir à Greve Geral em defesa das aposentadorias, a empresa TCGL entrou com uma ação na Justiça tentando barrar a luta coletiva dos trabalhadores. Em resposta à solicitação, o juiz Fabiano Gomes de Oliveira, da 3ª Vara do Trabalho, determinou que os ônibus circulassem em Londrina.

O Sinttrol imediatamente entrou com recurso no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que atestou que decisões sobre a Greve Geral não são de competência das Varas do Trabalho.

Não teve jeito: apesar dos esforços da empresa, a garagem da TCGL amanheceu fechada e os trabalhadores em luta! Ao longo do dia, a frota de ônibus em toda a Grande Londrina operou de forma reduzida.

População vai às ruas em Londrina

Trabalhadores, entidades sindicais e movimentos sociais começaram a se concentrar às 9h em frente ao Terminal Central de Transporte Coletivo. De lá, os manifestantes seguiram em caminhada pelo centro da cidade.

A principal pauta do ato unificado foi a luta contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, que tenta diminuir aposentadorias e pensões enquanto aumenta os lucros de empresários e do mercado financeiro.

Outras reivindicações também foram lembradas em cartazes e discursos. Foram levantadas bandeiras contra os efeitos da perversa Reforma Trabalhista e a falta de políticas públicas para gerar postos de trabalho. O primeiro semestre do ano caminha para seu final com mais de 13 milhões de desempregados no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O ato também denunciou os cortes na educação pública – que poderão inviabilizar as aulas em universidades federais se não forem revertidos – e o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, que segue sem resolução mais de um ano depois do crime.

Os manifestantes também fecharam a Avenida Leste Oeste. Com faixas e cartazes, os trabalhadores denunciavam os danos que serão causados pela Reforma da Previdência, caso o projeto seja aprovado. No início da tarde, o ato seguiu pela Avenida São Paulo até o Calçadão.

Reforma da Previdência irá destruir o país

Não há dúvidas que, se for aprovada, a PEC 6/2019 irá destruir o sistema previdenciário e aprofundar as desigualdades sociais no país, além de impedir o acesso de muitos brasileiros à aposentadoria.

A Reforma da Previdência proposta pelo Governo Federal é inspirada no mesmo modelo que jogou os aposentados do Chile em uma situação desesperadora. Hoje, a maior parte dos aposentados do país vive com uma média equivalente a R$ 300,00 por mês – por lá, o salário mínimo equivale a cerca de R$ 1.200,00.

O projeto quer dar carta branca para que gestores do mercado financeiro possam colocar as mãos nas contribuições do trabalhador e fazer a movimentação que quiser, sem dar satisfação.

Como se não bastasse, a proposta também irá acabar com o caráter solidário da Previdência e, nesse processo, pode afetar o Sistema Único de Saúde (SUS) e a assistência social, que compõem o tripé da seguridade social.

O sucesso da Greve Geral de 14 de junho foi uma reação fundamental para mostrar que os trabalhadores não aceitam que o Governo Federal desmonte a Previdência Social. Haverá luta!

Ninguém coloca as mãos na aposentadoria do povo brasileiro!

Fonte: Sinttrol