“Carga pesada”, é o que está escrito no aviso atrás do caminhão. Porém, em muitos casos, não é só carga pesada, mas há excesso de peso no veículo, o que põe em risco a vida dos motoristas e de outras pessoas. Além disso, essa é uma das principais causas dos defeitos nas estradas. Para diminuir o problema, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) voltou a fiscalizar, a partir de 07 de abril, a pesagem de veículos nas rodovias federais.

Os motoristas abordados deverão entregar a documentação para os responsáveis conferirem se a carga está adequada à nota fiscal. Por enquanto, a medida tem caráter educativo. Mais tarde, os veículos infratores estarão sujeitos a multas.

Em razão de uma ação civil pública do Ministério Público do Trabalho (MPT), as atividades do Departamento estavam paralisadas desde julho de 2014. No momento, as balanças de pesagem passam por ajustes técnicos.

Assim que o trabalho for finalizado, será possível auferir o peso dos caminhões. Em 2015, a Polícia Rodoviária Federal flagrou aproximadamente 18 mil veículos com excesso de peso.

Além de gerar riscos para o trabalhador e para outros motoristas que transitam na mesma pista, o excesso de peso é um dos principais responsáveis pela diminuição da vida útil das estradas. É o que aponta um estudo elaborado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Segundo a pesquisa, a qualidade dos asfaltos cai, em média, 30%. Nas regiões onde o tráfego é mais intenso, a redução chega a 70%.

O presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar), João Batista da Silva, orienta os motoristas a se atentarem às normas de segurança. “Para aumentar o lucro, muitas empresas acabam colocando excesso de peso nos caminhões”, explica.

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, a carga máxima permitida é de 14 toneladas para os veículos com três eixos. Para burlar a fiscalização, empresas ajustam as carrocerias para carregar mais mercadorias. Outras, instruem os caminhoneiros a passar pelas rodovias depois que as atividades de pesagem de carga foram encerradas.

Segundo a Associação Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o condutor do veículo precisa do certificado da capacitação para conduzir veículos e utilizar equipamentos, da declaração de carga emitida pelo expedidor, da descrição do produto transportado e das instruções escritas para o caso de acidentes – principalmente quando se trata de produtos perigosos.

Além de ser considerada infração de trânsito, o excesso de cargas pode causar acidentes. “O sistema de freio fica desgastado, há quebra da suspensão, desgaste de pneus e maior consumo de combustível. Não há nada vantajoso, pois a segurança do próprio motorista e a vida de outras pessoas podem ficar comprometidas”, explica João Batista.

Fonte: Fetropar