As reuniões dos trabalhadores com o setor patronal são desenvolvidas com o objetivo de debater as cláusulas dos acordos e das convenções coletivas de trabalho. Com a aprovação da nova legislação trabalhista, muitos setores patronais têm adotado uma postura intransigente, impedindo assim, o andamento de uma negociação que não prejudique o trabalhador. Porém, ainda que o ano de 2018 tenha se mostrado desafiador para as atividades sindicais, a Fetropar tem conseguido desenvolver negociações para as categorias que representa nas diferentes datas-base, dialogando e lutando para que elas recebam reajustes justos e com resultados positivo.

Segundo o secretário de negociações coletivas e jurídico da Fetropar, Jaceguai Teixeira, o maior desafio está tentativa de impor apenas o índice de inflação, ou às vezes nem isso: “Diversos setores patronais sugerem que o reajuste seja feito com base em índices muito baixos”. Isso não impactaria em uma mudança na renda significativa para o trabalhador, uma vez que o aumento dos preços dentro do orçamento familiar continuará parecendo muito superior ao reajuste sugerido pelo patrão. “Assim, mesmo recebendo o reajuste, o trabalhador continuará sentindo grande perda do seu poder de compra”, completa Jaceguai.

Em algumas categorias, o desenrolar das negociações tem sido desafiador por conta do momento político e econômico que o nosso país atravessa, ocasionado pela crise política criada pelas elites, com o encolhimento de diversos setores. “Quando falamos sobre a crise que se espalhou pelo nosso país, tanto política quanto econômica, devemos lembrar que são os trabalhadores que sentem o maior impacto dos cortes”, relembra Jaceguai ao destacar a importância de os trabalhadores permanecerem unidos em suas categorias e entidades de luta.

Os impactos da Reforma Trabalhista    

Com a Reforma Trabalhista e as polêmicas que se desenvolveram a partir desse tema, o debate sobre as contribuições sindicais se tornou uma das principais questões do movimento. Muitos patrões têm iniciado uma série de práticas antissindicais, denunciadas inclusive ao Ministério Público do Trabalho (MPT) no Fórum Estadual em Defesa da Liberdade Sindical .

Essas práticas têm como objetivo enfraquecer as entidades sindicais e afastá-las dos trabalhadores, seja cortando as contribuições – que são fundamentais para a manutenção das estruturas do sindicato –, seja disseminando discursos para desmobilizar a base e afastá-la dos sindicatos e federações.

O boicote às contribuições e a consequente desestruturação financeira das entidades impactam diretamente a manutenção dos benefícios disponíveis pelos sindicatos, desde a existência das sedes associativas, administrativas e recreativas até a manutenção da assessoria jurídica que é oferecia aos trabalhadores. “É muito importante que o trabalhador tome consciência do momento em que vivemos e do quanto ele será prejudicado no médio e longo prazo”, afirma o diretor José Aparecido Faleiros. “As práticas antissindicais não vão gerar nenhum benefício ao trabalhador, especialmente porque a Reforma Trabalhista vai servir para jogá-lo à própria sorte”, completa Faleiros.

Fonte: Fetropar