Motoristas e cobradores de Antonina continuam sem resposta para a negociação do pagamento de salários e do reajuste coletivo da categoria. Desde 3 de junho, 40 trabalhadores estão em frente à sede da Viação Pilar, na cidade.

Na quarta-feira (8), foi realizada uma reunião de mediação no Ministério do Trabalho para definir quais os próximos passos da greve. Durante o encontro, representantes da Viação Pilar – que administra o transporte urbano de passageiros e estudantes na cidade -, membros da Prefeitura Municipal de Antonina, da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Fetropar) e o presidente do Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários e Anexos de Paranaguá (Sindicap) discutiram o que vai ser feito para que as negociações cheguem ao fim.

Conforme explicação do presidente do Sindicap, Josiel Veiga, duas reuniões foram agendadas para os próximos dias.

Na quinta-feira (9), às 10h, representantes da Viação Pilar e membros da Prefeitura se encontram para definir como será o pagamento de contas entre município e empresa. A empresa alega que não tem mais recursos para saldar ou reajustar salários porque não recebe da Prefeitura.

No mesmo dia, às 14h, a Viação Pilar volta a conversar com os representantes do Sindicato e da Fetropar com o objetivo de atender as reivindicações dos trabalhadores.

“Nessa reunião veremos se a empresa tem alguma proposta. Porque agora, está tudo parado e continua a greve”, salientou Josiel.

Dificuldades

Motoristas e cobradores pedem renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), a recomposição do salário acima da inflação e o pagamento em dia dos vencimentos.

A cobradora Luciana da Silva Pereira explica que, além do salário defasado, as férias também não estão em dia. O pagamento, que deveria ser feito até o 5º dia útil, ainda não caiu na conta.

“Falaram que ainda não tem previsão de pagamento porque não tem dinheiro. Por enquanto, estamos paralisados até ser resolvido o que estamos reivindicando. Porque desse jeito, fica difícil trabalhar. Não tem como”, afirmou a cobradora.

Para um dos diretores da Fetropar e mediador das negociações José Aparecido Faleiros, a principal dificuldade é o entendimento entre Prefeitura e empresa.

A Viação Pilar presta serviço no transporte urbano e no transporte de estudantes. São contratos diferentes. Faleiros explica que o transporte urbano é deficitário e que, como se trata da mesma empresa nos dois segmentos, o dinheiro que ela arrecada do transporte escolar acaba pagando a conta do transporte urbano.

Segundo Faleiros, isso gera um problema sério para a Viação. “Se a empresa alega que a Prefeitura está há cinco meses em atraso, imagina como está o caixa da empresa? Zero. Isso é um problema que a Prefeitura tem que acertar com a empresa. O Sindicato, a Federação e os trabalhadores não têm nada a ver com isso”, enfatizou.

Fonte: Fetropar