O governo federal pretende colocar em votação pelo menos 50% da proposta original da Reforma da Previdência ainda neste ano. Após mobilização dos trabalhadores e das entidades sindicais, somada à perda de força política do presidente ilegítimo Michel Temer, o projeto original dará lugar a uma proposta que junta os principais retrocessos da Reforma.

Desesperado, o governo e seus aliados querem votar até 6 de dezembro.

O aumento da idade mínima para aposentadoria de 65 anos para homens e 62 para mulheres e as regras de transição são os pontos que serão mantidos na proposta. Para tentar aprovar essa Reforma, Temer e seus aliados mentem ao afirmar que há um grande déficit na Previdência.

Segundo o presidente da Fetropar, João Batista da Silva, a Reforma da Previdência atende aos desejos das elites e acentuará as desigualdades que o Brasil já enfrenta. “A idade mínima que pode ser aprovada acaba com a proteção à velhice, disposta na Declaração Universal dos Direitos Humanos, e é maior do que a expectativa de vida de muitas cidades brasileiras. A medida beneficiará os bancos, que serão procurados por quem não conseguir se aposentar pela previdência pública”, explica.

A CPI da Previdência, apresentada ao Congresso Nacional em 23 de outubro, mostrou que dívidas de grandes empresas e a Desvinculação das Receitas da União (DRU) são os principais responsáveis pelas contas apresentadas pelo governo, que dão a falsa impressão de que a arrecadação previdenciária é insuficiente para cobrir os custos das aposentadorias e pensões. Além disso, não são considerados tributos, como a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e a Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que compõem a receita da Previdência.

“Nossa resistência já conseguiu adiar a votação dessa Reforma, vamos continuar lutando para impedir que o direito à aposentadoria seja retirado dos trabalhadores”, reforça João Batista.

Fonte: Fetropar