Depois de participar de audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, para discutir a proposta de reforma da Previdência, o senador José Pimentel (PT-CE) do Ceará, disse que a medida é tão rigorosa com os trabalhadores que faltam pessoas para defendê-la nesses encontros.
Para ele, as mulheres serão as mais prejudicadas com a reforma, pois elas passariam a aposentar com a mesma idade dos homens, ou seja, 65 anos.
As trabalhadoras rurais, que hoje podem se aposentar com 55 anos, terão que trabalhar por mais dez anos, perdendo o direito de receber 130 salários mínimos, número de parcelas equivalente aos dez anos a mais de trabalho mais o 13º salário pago anualmente.
Já as professoras da educação básica, que hoje se aposentam aos 50 anos de idade e 25 anos de contribuição, terão de trabalhar mais 15 anos, lamentou José Pimentel.
E o pior é que todos os trabalhadores, independentemente de gênero, terão de contribuir por 49 anos para terem direito ao benefício integral, acrescentou o senador.
– Quando você analisa a PEC 287, ali só há um objetivo: retirar o Estado do custeio da Previdência e, ao mesmo tempo, transferir para os bancos particulares essa fatia da economia – disse o senador.
José Pimentel alertou, ainda, que a reforma da Previdência poderá gerar impactos negativos nos pequenos municípios dos estados do Norte e Nordeste, cujas economias dependem de benefícios previdenciários pagos aos trabalhadores rurais.
O senador também defendeu a instalação da CPI da Previdência para avaliar se o sistema brasileiro é ou não deficitário.
Fonte: Agência Senado