Bebida e direção é um casamento que dificilmente pode dar certo. Mesmo assim, um a cada quatro motoristas dirige após consumir álcool. É o que revela a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada em 2015. Sabe o que é pior? O brasileiro costuma exagerar. Do total de entrevistados, 13,7% afirmaram ter ingerido bebida alcoólica de forma abusiva nos últimos 30 dias.
E quanto maior o consumo de álcool, maiores os riscos. O motorista que dirige embriagado não coloca apenas a própria vida em risco, mas também a de outras pessoas, pois os acidentes nas estradas e nas cidades aumentam consideravelmente.
Porém, desde a promulgação da Lei Seca, em 20 de junho de 2008, os brasileiros precisaram mudar alguns hábitos. Todo motorista que é flagrado com nível de álcool no organismo acima do permitido recebe multas, tem o carro apreendido e ainda perde a habilitação. Quem estiver embriagado, pode ser preso e ficar de seis meses a um ano na cadeia.
Com a implantação da lei, o volume de multas e de carteiras recolhidas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) aumentou. O mais importante é que o número de acidentes diminuiu. Apesar disso, os motoristas continuam bebendo e dirigindo.
Para combater esse comportamento, o Projeto de Lei (PL) 4380/16, que tramita na Câmara dos deputados, quer estender a Lei Seca ao carona também. A proposta é proibir que um passageiro alcoolizado ou sob efeito de qualquer substância psicoativa (aquelas que agem no sistema nervoso central, como LSD) seja transportado no banco ao lado do motorista.
A justificativa para o projeto é de que a pessoa ao lado pode atrapalhar a condução do veículo ou até mesmo oferecer bebida alcoólica para o motorista. Se aprovado o PL, a infração será considerada gravíssima, com multa e retenção do veículo.
Para o presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar), João Batista da Silva, a medida pode até trazer benefícios. Na prática, porém, o que contribui para a diminuição dos números de acidentes é a fiscalização.
“E ela está faltando. Em cidades pequenas do interior do Paraná, por exemplo, a legislação não consegue barrar o motorista, pois não há bafômetros suficientes. Como estender essa lei para o carona?”, questiona o presidente.
Fonte: Fetropar