No primeiro dia de multa por atraso no pagamento, subiu de 14 para 18 – do total de 30 – o número de empresas de ônibus que pagaram integralmente os motoristas e cobradores em Curitiba e Região Metropolitana. Das 12 que ainda não pagaram, metade é de cada sistema (urbano e metropolitano). Os dados são do sindicato dos trabalhadores da categoria (Sindimoc).
O sindicato promete aguardar até esta sexta-feira (22), prazo requisitado pelos empresários para efetuar o pagamento. Mas a entidade promete cobrar os R$ 30 diários de multa a todos os trabalhadores que não receberam no prazo.
A deflagração de uma nova greve por atraso, em princípio, deve ficar para depois do quinto dia útil de fevereiro, prazo acordado em negociação no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT). Nos bastidores, porém, o comentário é de que o descontentamento da categoria pode mudar esse quadro – caso o pagamento do vale se prolongue até a próxima semana.
O Sindimoc ainda não protocolou ação judicial para sequestro da arrecadação e dos bens das empresas, conforme informou que faria. A medida deve ser utilizada como último recurso.
Dentre as inadimplentes, em nove empresas os trabalhadores não teriam recebido nenhum valor. Quatro são urbanas (Santo Antonio Filial, Tamandaré Filial e São José Filial) e as outras cinco são metropolitanas (Tamandaré Matriz, Araucária Matriz, Reunidas, Transtupi e Santo Antônio).
Outras três teriam pago apenas uma parte do vale. São elas: Glória e Marechal Filial, do sistema urbano, e Marechal Matriz, do metropolitano.
Já o sindicato que reúne as empresas (Setransp) informa que todas as viações que operam em Curitiba pagaram ao menos parte do adiantamento salarial. Santo Antonio, Mercês, Expresso Azul e Cidade Sorriso estariam em dia. As outras sete pagaram uma parte da folha salarial, que varia entre 50% e 88%. O Setransp não informou os percentuais das empresas administradas pela Comec (metropolitanas).
Diferença de cálculos
Há divergência nos cálculos utilizados por Setransp e Sindimoc sobre pagamento do vale, o que os torna pouco comparáveis. O sindicato das empresas informa a taxa da folha de pagamento que já foi paga, ou seja, a porcentagem é calculada de acordo com o valor gasto pela empresa para pagar todos os seus funcionários. Significa que alguns empregados podem ter recebido o valor total e outros ainda estão sem receber.
Já o Sindimoc leva em conta três categorias: as que pagaram a totalidade do vale a todos os trabalhadores, as que pagaram uma quantia intermediária e aquelas que não efetuaram nenhum depósito.
Ao todo, o sindicato dos trabalhadores estima que 2.237 motoristas e cobradores estão sem receber. Outros 2.794 teriam recebido apenas uma parte do pagamento. Os dados somados correspondem a 5.031 trabalhadores, dos cerca de 12 mil da categoria.
Fonte: Gazeta do Povo